Colocando em evidência dores e angústias, Diego Souza (Alderia, Supercolisor, Luneta Mágica), o nome por trás de Viis, apresenta “Canções de Bad”. Utilizando-se da arte, Diego consegue expressar suas frustrações e solidão diante de situações complexas. Ele, que passou pelo fim de um relacionamento longo e vivenciou uma morte na família ano passado, mostra coragem e força ao revelar composições tão carregadas de sentimento e pesares.
Sem romantizar a depressão e ou a dor, Viis é certeiro ao propor uma atitude reflexiva. Por meio de uma explanação de questões pessoais, ele atinge o seu ouvinte com a sinceridade e com a relevância de seus questionamentos. Em “Uriel” quando ela canta “Tudo bem chorar, se o que nos resta é chorar/Mas preste muita atenção ao coração/Pois lá está a solução” isso está evidenciado. Não há nada de errado em ficar mal ou triste.
A todo instante, ele está revisitando memórias, momentos e sentimentos. Ao afirmar que “Pra mim, a música serviu como uma válvula de escape do mundo, eu fui uma criança e adolescente extremamente tímido, com poucos amigos. Ouvir música sozinho era – e ainda é – uma forma de fugir e ficar no meu próprio universo, onde nenhum problema existe. Eu frequentemente crio relações muito fortes e profundas com as coisas que ouço, com os sons, os músicos, os personagens, as histórias.” ele traz um pouco da experiência que é ouvir as músicas desse álbum. Afim, o nome do disco não é irônico ou subjetivo. É um trabalho denso e pesado, sem deixar deixar de ser necessário.
Essa válvula de escape gerou canções com melodias, ora dançantes, ora introspectivas, causando um contraste dentro do álbum. A sonoplastia usada traz frases pontuais e interações específicas. E nesses casos, Viis parece dar voz aos personagens que estão ao redor dessas canções.
Para encarar essa estreia de Diego é preciso fôlego, coragem e capacidade de se repensar. Movimentos determinante para ele na construção desse trabalho.