Tom Zé Lança Tropicália Lixo Lógico
Em 1968 um artista baiano chamado Antonio José Santana Martins, de 32 anos, lançava seu primeiro disco, Tom Zé – Grande Liquidação. Segundo descrição e profetização do próprio compositor a respeito do álbum,“somos um povo infeliz, bombardeado pela felicidade”. No mesmo ano, ele participava de uma das revoluções da música brasileira gravando o Tropicália ou Panis et Circensis, manifesto do movimento tropicalista junto aos conterrâneos Caetano Veloso e Gilberto Gil, entre outros.
Quatro anos depois, Tom Zé lança o controverso Todos os Olhos. Agora com 75 anos e mais de 30 discos mais maduro, o cantor e compositor nos dá mais uma oportunidade de ouvir, pensar e apreciar novamente uma amostra da sua genialidade lançando o Tropicália Lixo Lógico.
Com 16 faixas, dentre elas uma introdução e uma de fechamento, o disco recebeu as participações de Rodrigo Amarante, Mallu Magalhães, Emicida, Washington e Pélico. A produção ficou por conta de Daniel Maia, além de emprestar sua guitarra e vocais.
Um disco talvez mais fácil de ouvir que alguns dos anteriores de Tom Zé, mas não menos óbvio, inteligente e renovador. Ele apostou em chamar artistas da nova geração e mostrou em “A Terra, Meus Filhos” que o combo “sambinha + letra inteligente” nunca sai de moda. O humor e os paralelos com músicas famosas também sempre são ingredientes certeiros como bem demonstram “Tropicalea Jacta Est” “O Motoboy e Maria Clara” “Não tenha ódio no verão” “Debaixo da Marquise do banco Central” e “ Aviso aos passageiros”. E em “Capitais e Tais”, quem domina são os ritmos regionais nordestinos acompanhando a letra sobre algumas das cidades do Nordeste. Já em “NYC Subway Poetry”, Tom Zé canta em inglês junto a – claro- Rodrigo Amarante.
O disco pode ser comprado através do site oficial do cantor, com direito a autógrafo. Você pode também baixá-lo pelo Hominis Canidae e ouvi-lo abaixo. Vale também ler a matéria da revista Bravo! do mês passado.
“Mas a diferença que restou, o lixo lógico criou”