Tibério Azul: Rumo ao desconhecido
Uma obra de arte sincera é um portal.
Um portal que nos carrega para o desconhecido as vezes mais desconhecido do que o que nos é desconhecido corriqueiramente. Desconhecemos o que iremos desconhecer em tais instantes mas alimentamos em nós a esperança de desconhecer o que já sabemos desconhecido aliviando o medo que o desconhecido causa sempre que incerto.
Nem sempre no entanto nossa esperança conhecida acerta sobre o desconhecido desconhecido e repentinamente as vezes um desconhecido desses nos toma sem razão alguma ou defesa conhecida e desconhecem nós por inteiro tornando nós incapazes de retornar aqueles desconhecidos habituais que por aí caminham divagando em favor do óbvio.
Desconhecidos de si mesmo somos assim reapresentados ao que conhecíamos desconhecer, mas agora desconhecidos.
Dizem as boas linguas desconhecidas que esse é um momento único no espaço, um momento onde todo processo de desconhecimento se inverte e é a pessoa que se torna desconhecida do desconhecido e não o contrário mais regular.
Logo tudo que se conhece se desconhece e adentra o mesmo portal rumo ao desconhecido que nos encontra.
Ou seja, uma obra de arte sincera muda a nossa vida.