Foto por Conceito Diorama (Twitter | Site)
Enquanto a cidade de Belo Horizonte se dividia entre o famoso Axé Brasil e os adorados butecos, uma parcela do público antenado em música alternativa foi presenteada com a 17 edição da Flaming Night. Bem conhecida na cena mineira, a programação dessas festas sempre costuma incluir atrações como Black Drawing Chalks, Matanza, Móveis Coloniais de Acaju, Canastra e vários outros nomes do cenário independente nacional e mineiro. A Flaming Night é um daqueles eventos que vieram para ficar e alegrar o público ávido por shows dessas bandas de médio porte que não costumam aparecer por terras mineiras de outra maneira. Curiosamente, a última edição trouxe na bagagem o reggae-ska do grupo Skatalites. Como poucos eventos, a ousadia de apostar em um evento do estilo acabou sendo recompensador para os felizardos que ocuparam os lugares do Music Hall no último dia 15.
A verdade seja dita, não foram muitos os felizardos que resolveram prestigiar a noite de ska. Talvez seja a prova de que o bom gosto do público mineiro não seja equivalente à sua beleza. Felizmente, o público feminino presente era de encher os olhos e causar alegria em comum no meio de todas aquelas tribos diferentes que aguardavam a apresentação do grupo jamaicano. Era curioso perceber dos moicanos de um “punk” aos dreads de um senhor de idade, a expectativa dentre o intervalo de um show ao outro. Começando no horário marcado, algo que deveria se tornar habitual em todos os eventos realizados na cidade, as bandas Fusile e Pequena Morte tiveram a missão de “esquentar” os ânimos e disposição das pessoas que esperavam ansiosas.
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O Peixoto & Maxado começou o show com um trecho da canção tema dos estúdios da Fox. Logo depois deu para perceber pela tatuagem no braço de Mauro Motoki (ukelele/guitarra), que o grupo é forte com a força e o que se seguiu foi uma apresentação com um contagiante clima praiano. Era quase possível imaginar o sabor de um bom coco gelado, ao som de “I Wanna Shoyu”. A euforia do público era refletida na performance da banda, que conseguiu dividir os vocais de “Die in Vain” com a maioria da turma que estava grudada na grade. Rolou até mesmo uma participação especial do guitarrista Natty Frenchy, que logo em seguida subiria ao palco com sua banda.
O Skatalites já havia se apresentado no Brasil em outras duas oportunidades. Formado em 1962, o grupo tem no currículo a responsabilidade de serem considerados os pais do ska e do reggae. Tanta responsabilidade não intimidou o grupo da vocalista Doreen Shaffer, que tinha o público inteiro concentrado em cada nota dos clássicos da longa trajetória do grupo. De “Can`t you See” até “Freedom Sound”, os jamaicanos do Skatalites fizeram um show para ser dançado do princípio ao fim e que ao mesmo tempo tivesse aquela característica de apresentação mais intimista. O som dos metais hipnotizava e tornava impossível a missão de desviar os olhos do palco para conferir o público dançando e se divertindo. “Simmer Down” foi um dos momentos mais animados da apresentação. O Skatalites deixou um saldo positivo, onde provou que tanto o ska quanto o reggae podem caminhar de mãos dadas com o indie rock tradicional e comum nas outras edições da Flaming Night, que em breve deve trazer o novo do show do Matanza.
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