O surrealismo de Teach Me Tiger no clipe de “Here We Are”
Uma sequência de performances com traços surrealistas, quebras de imagem conforme as batidas da música e a retratação da solidão e do amor, em uma sociedade tão sufocante, são algumas das características do clipe de “Here We Are” do duo belga brasileiro Teach Me Tiger.
Eles que apresentaram “Two Sides” ano passado, reforçam a qualidade nos lançamentos do selo mineiro La Femme Qui Roule trazendo ao público um dream pop com pegada trip hop digno de todos os elogios que vem recebendo.
A banda convidou o performer Rezm Orah para uma livre interpretação da música. As gravações foram produzidas no atelier do artista conhecido como “Cave”, espaço subterrâneo na fundação de um prédio em Belo Horizonte. A realização das sequências performáticas, propostas por Orah, foram feita em conjunto com a dançarina Taís Daher. Os dois se unem, compartilham os mesmos espaços, demonstrando uma luta individual pela liberdade e a união entre dois corpos que se esbarram e dançam em consonância.
“Criei a performance para a música, que me remete a uma solidão acompanhada, uma parceria, uma jornada longa sem um destino certo. Pensei em figuras que se mexem sem ter muito para onde ir. Estariam perdidas ou presas no espaço, no deserto. Enxergo esse deserto como algo interno, uma sensação que criamos ou destruímos, e não algo físico ou real. Essa foi minha ponte para um certo surrealismo, que é interrompido por corpos quase nus ou neutros, com pontos de sutileza e humanidade”, explica Rezm Orah.
É interessante observar a presença do coração dentro desse clipe. A representação por meio de um objeto brilhante que passa de mão em mão, como se estivesse conectando os personagens pelo amor. Levando em consideração que a música propõe um diálogo, ainda que subjetivo, entre perdição, solidão e amor, como aparece nos versos “Here we are / What can I say? / We’re dancing slowly in the dark”.
O figurino foi conscebido pelo próprio performer Rezm Orah, com assistência e style de Rafaela Ianni e peças de Matheus Couto e Janis Dellarte. O vídeo e edição fica por conta de Pedro Furtado. E as fotos de aking of são de Vixugo.