Um som eletrônico com uma pegada noise e batidas de cumbia. Esse é o novo EP do duo Strobo, de Belém do Pará. A banda já tem dois álbuns na estrada e está circulando o Brasil mais do que nunca, tocando em cidades em cada ponta do país, como São Paulo e Manaus.
O single, lançado nessa quarta (09) pode ter seu download feito na página da banda, ou ouvido aqui:
Léo Chermont e Arthur Kuntz anunciam em sua página do Facebook que tem o objetivo de fazer a junção do instrumental com o pop, e isso é justamente para não restringir a criatividade. Então, entrevistamos Léo Chermont para falar sobre referências da banda, apresentações e a visão do cenário musical de quem está na capital do Technobrega:
RockInPress: Como que nasceu a ideia de criar o Strobo? Você e o Arthur já tocavam antes?
Strobo: Já sim! Eu e Arthur tocamos juntos na cidade e em algumas bandas. Depois, partimos pra um trio instrumental com o baixista MG Calibre que acabou unindo nós dois, ele é um cara que tem uma presença forte em nossas vidas. O trio não foi pra frente mas nossas ideias sonoras continuaram e aí veio o Strobo.
Quais as maiores influências musicais de vocês? E quais são as similares entre os dois?
Influência dos dois mais forte acho que é…a própria cidade! O contexto que estamos, a criação e a inquietação por um som único. Mas sempre tem os mestres que nos fazem querer tocar, eu passei uma época vidrado em tudo que o Jimmy Page fazia e o Kunz entra em uma com o som do John Boham… então o Led é a banda que mais inspira nosso som.
O cenário de Belém é efervescente em ritmos dos mais diversos, mas quem está mais próximo da banda e dialoga melhor com shows e apresentações?
Belém hoje tem tudo que um polo cultural precisa. E todos que dialogam para a cena acontecer estão diretamente ligados a isso e, são os responsáveis por esse momento de festivais independentes, ações do governo para a expansão da música paraense para o mundo. E outra, é o público que pode escolher o que quer ouvir.
A circulação de vocês vem aumentando, até mesmo por causa do Conexão, quais shows ainda em 2013?
Viajamos bastante esses dois anos (2012 e 2013) e na verdade, antes do Conexão já estávamos na estrada em festivais pelo Brasil. É sempre bom poder tocar e ter essa troca, esse ano vamos fazer São Paulo novamente pelo projeto Terrua Para, que envolve vários artistas do cenário daqui. Mas antes, vamos fazer São Luiz/MA e vai ser a primeira vez que tocamos lá com Strobo. Além dessas datas, temos algumas coisas em Belém mesmo, um festival grande na Bahia…mas prefiro deixar o lançamento oficial pelo próprio festival.
Vocês lançaram esse single agora, mas há menos de 1 ano vocês lançaram “Delírio Cromático”, como foi a recepção do público?
O single foi lançado ontem e o feedback já está bem interessante. Lançamos o álbum ‘Delírio Cromático’ no começo do ano e foi muito bem aceito, eu particularmente gosto muito desse álbum e realmente consigo enxergar a transformação do nosso som. Não queremos ter um som datado, mas a liberdade para fazer o que bem entender com a música. Estamos felizes com o que estamos fazendo, e o público vive isso conosco.
Se vocês estivessem em cidades como São Paulo e Rio de Janeiro – que são consideradas “polos” da música, por concentrarem gravadoras, selos e mídias – vocês acham que teriam uma resposta ainda maior do público, ou Belém dá uma boa resposta para vocês enquanto projeto musical?
Nós estamos com residência entre Belém e São Paulo, na verdade. O (Arthur) Kunz passou boa parte de 2013 na capital paulista e eu fiquei em trânsito com relação a isso. Acredito que estar dentro do eixo sudeste é interessante, mas pra mim você não precisa sair da sua cidade para construir a sua carreira. Somos filhos da revolução digital e assim estamos em todo lugar. Só ia ficar melhor se as passagens não fossem tão caras da Amazônia para outro canto do mundo.
Vocês são dois músicos que resolveram criar um projeto apenas instrumental. Por quê?
Por que você gosta de comer chocolate branco? Você apenas gosta e come (rs). Somos ruins como cantores.
Vocês tem o que em mente para o próximo ano?
2014 vai ser agitado! Vamos lançar o 3º disco que já está em um processo de criação intenso. Agora vem a triagem das músicas, para então lançarmos esse trabalho. Não vamos parar, estamos em conversa com alguns festivais fora do Brasil e achamos que é a hora de abrir essa porta.
A capa do disco de vocês tem mais de duas pessoas, quem fez essa capa? Como foi?
A capa do ‘Delírio cromático’ foi feita pela equipe do Gotaz, encabeçada pela Diana e o Daniel, foi um projeto muito legal de realizar. Já o single ‘Cumbia do zumbi’ foi feito um make pela Monalisa Caetano, uma maquiadora da cidade e que de cara entrou na ideia e já saiu pesquisando, se divertiu junto. A foto foi do Thiago Kunz (irmão do Arthur) da Clarte e a arte foi do zek da AmpliCriativa, produtora de Belém. Tudo feito com amigos e em casa.
Ouça também o disco “Delírio Cromático”:
Puro merecimento…além de toda musicalidade, criatividade e talento nato desses dois parauaras papa açaí…eles tem um coração muito lindo e são pés no chão…ralando na humildade e no amor há muito….e somando-se tudo isso uma hora o Chefe lá em cima abre os portais pra quem merece…!!!
chaaaarm!