Shows: Cat Power, Jennifer Lo-Fi, Black Drawing Chalks e Mallu Magalhães
Essa semana, o Rock in Press esteve presente em diversos eventos na cena musical do eixo Rio-São Paulo. Seu editor chefe percorreu grandes apresentações, shows pequenos em casa longínquas e apresentações em locais abertos, tudo sem perder nenhum detalhe. Agora aproveite e veja um pouco do que a música brasileira fez acontecer nesta última semana.
Cat Power @ HSBC Arena – RJ 19/07/09
Desde o anúncio até o momento da apresentação, tudo já se mostrava um fiasco. Não, não foi um fiasco, já que os fãs árduos de Cat Power acharam tudo uma beleza incontestável, mas para quem foi lá tentar encontrar uma boa sensação, tudo parecia tão chato. A casa (HSBC Arena) se encontrava com aproximadamente 1500 pessoas, e diversas mesas e lugares estavam e permaneceram vazios durante a apresentação, chegando ao ponto de ver-mos muitas pessoas indo embora durante o show, tamanha a monotonia causada pelos passos incoerentes de Chan Marshall. A cantora se escondeu num canto do palco e de lá, alternava olhares para as laterais, o fundo e qualquer outro local, menos o público. A comunicação é totalmente nula, tendo que somente no final da apresentação que ouvimos um único e tímido obrigado. Além de, claro, o show ser feito só de baladas e música lentas e amorosas, isso em 1 hora e 50 de apresentação. Voz inigualável, banda impressionante, mas um show morno, monótono e devagar. Não convenceu.
Jennifer Lo-Fi @ Livraria da Esquina – SP 21/07/09
Apesar do difícil acesso ao local, do atraso na apresentação, no pouco público e da qualidade do som da casa ser bastante abaixo da espectativa, a nossa queridíssima banda Jennifer Lo-Fi mostrou um show onde a energia e qualidade dos músicos supera qualquer obstáculo que um bom show pode apresentar. Com novas canções e o início de um público fiel, a J-Lo começa a se desvencilhar do pop inteligente e enjoativo que apresentava no início de sua formação, para entrar num mundo alternativo/experimental onde Sigur Rós, The Mars Volta e Sonic Youth são fichinhas, perto das camadas sonoras que as guitarras de Caio Freitas e Miu podem transportar. Destaque para o produtor da banda, Mané, que acha que é o regente da apresentação e para os gritos nervosos de Sabine Holler e da bateria impressionante de Lucas. Futura grande banda do país com novo EP recém lançado.
Black Drawing Chalks @ Livraria da Esquina – SP 21/07/09
Ao que parece, o Black Drawing Chalks teve mais tempo para se apresentar no minúsculo palco da Livraria da Esquina. Muita movimentação, simpatia e força, a banda desceu de Goiás, para mostrar a todo o país o novo álbum da banda, já muito bem comentado no nosso blog. O show é forte, e já atrai muitas pessoas, mesmo numa terça-feira fria, e ilustra bem o profissionalismo e qualidade que a banda já tem e a faz cada vez mais bem conhecida na cena brasileira. As guitarras pesadas e a bateria em alta rotação de batidas por minuto, colocam os rockeiros para bater cabeça e curtirem os momentos onde o som alto e boas vibrações valem mais do que qualquer outra música. Um grande show e uma boa certeza de que veremos a banda muitas e muitas vezes pelos palcos de todo o país.
Mallu Magalhães @ Leblon Jazz Festival – RJ 25/07/09
É, Mallu Magalhães. Não sei se nossos atuais leitores sabem, mas foi com essa pequena mocinha que abrimos esse humilde blog, exatamente com a resenha de um show no Morro da Urca. De lá pra cá, muita coisa mudou, e isso não inclui o namoro dela com o Marcelo Camelo. Mallu está um pouco mais madura (notou o ‘um pouco’?) e tem mostrado que suas músicas acompanham seu crescimento. Seu set está melhor, mas inteligente e diversificado. Sua voz está mais trabalhada e ela mesma está aproveitando melhor seu potencial. Porém, esse show poderia ser um fiasco se ela ainda estivesse em sua época mais iniciante. O som estava ‘pior que péssimo’, a luz acabou no meio da apresentação – que já estava bastante atrazada – e acabou provocando um belo corte do repertório da pequena. O público, que incluia milhares de pessoas que nunca tinham ouvido falar dela até aparecer no Faustão, só soube cantar “Tree Little Birds”, sucesso de Bob Marley e aqui no Brasil conhecida pela voz de Gilberto Gil. O baterista Jorge Moreira parecia estar perdido, tamanho os erros no início da apresentação. Vale falar da Jam de Blues que a banda proporcionou ao público na passagem de som. Show bom e cada vez melhor, aguardo ansioso o segundo álbum da cantora mirim.