Show: The Whitest Boy Alive @ Vale Open Air – Jockey Club, RJ 11/12/09

Fotos: Juliana Ribeiro
Texto: Marcos Xi

Ao fundo, a tradicional árvore de natal da Lagoa Rodrigo de Freitas; ao lado, as costas do Cristo Redentor, e para completar, caía uma gostosa chuvinha fina – só para refrescar. Esse clima convidativo, somado a todos os detalhes da produção e a abertura com mais um genial filme de Woody Allen, só só serviam de preliminares para o estonteante show do The Whistest Boy Alive no Vale Open Air.

Bem verdade que houve um atraso no início da atração, e que os integrantes da banda já rodavam as laterais do palco antes do show começar, mas à 00:45 o grupo de Erlend Øye (como que se pronuncia o nome dele?) iniciou a grande festa com “Keep a Secret”, do último álbum da banda, Rules. Esse álbum foi a tônica da apresentação, o que causou um tanto de revolta a quem esperava mais canções do primeiro e já clássico álbum do grupo, Dreams.

A levada da banda é, sem dúvidas, repetitiva. É como se fosse uma fórmula dançante em loop. Batidas iguais, baixo valorizando sempre as terças e teclados levando o mesmo estilo, o que não quer dizer que o público tenha gostado menos. Na verdade, a vontade de pular e dançar foi firme nas praticamente 2 horas de animadíssimo show, com um Erlend falador, animado e muito simpático, além de afiadíssimo com sua banda e nem parecendo ter um projeto principal bem mais conhecido, o Kings of Convenience.

Em tempo, ainda rolou um trecho em português de “Águas de Março”, clássico dos clássicos de Tom Jobim, no meio de “Intentions” ; “A Felicidade”, de Vinícius de Morais, no fim de “You Don’t Know Me”, que é do Dj Armand Van Helden e sucedida por “Show Me Love”, da cantora Robin S.; um trechinho de “Around The World”, do Daft Punk, em “Time Bomb”; e uma improvável versão de “Wicked Game”, clássico da década de 80 na voz de Chris Isaak.

O palco não tinha nenhum ornamentação especial da banda, somente o logo do Festival Vale Open Air no fundo. A bateria chegava a borda do palco, e como não havia grade, somente seguranças simpáticos, ficou muito mais fácil de aproveitar o show perto de seu ídolo, facilitando tocar e falar com os integrantes.

A comunicação com o público foi tão forte, ao ponto de a banda ter que improvisar algumas canções totalmente fora do repertório e conversar literalmente com umas figuras da platéia. Ao fim, depois do insistente grito de “jump” (pula!) a banda caiu aos braços da platéia, num mosh entre amigos.

Ainda ficamos sem grandes canções como “Done With You” e umas outras do primeiro álbum, mas ganhamos em simpatia, em histórias hilárias contadas por Erlend, e uma emocionante balada ao vivo, com um eterno gostinho de quero mais, e desde já o pedido que voltem e tragam também o Kings of Convenience.