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Resenhas: Octahedron ou algo assim

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Álbum: Octaheadron

Artista: The Mars Volta

Lançamento: 23/06/09

Gravadora: Warner Bros.

Myspace: www.myspace.com/themarsvolta

Rockometro: 6,9

Ano passado, eu elegi com gosto o The Bedlam In Goliath como melhor álbum do ano. Não muito satisfeitos, o Mars Volta lança 18 meses depois o seu sucessor, o ‘diferente’ Octahedron. Sob o anúncio de ‘um álbum acústico com guitarras elétricas’ e a interpretação da banda sobre um ‘acústico’, o gosto e a curiosidade da bolacha aumentava a cada dia para cada fã fanático (como eu), mas finalmente essa espera foi sanada.

Cedric Bixler Zavala parece estar cantando apaixonado, mas sua atuação no El Grupo Nuevo de Omar Rodriguez-Lopez parece tê-lo levado de alguns momentos que mereciam mais brilho de sua impressionante voz. E mesmo que em The Bedlan in Goliath, o baterista e então estreante Thomas Pridgen tenha roubado a cena e feito coisas que seu antecessor, Jon Theodore, não poderia ter feito, nesse álbum ele sai praticamente ofuscado pela sonoridade mais facilmente ‘entendível’ que é apresentada.

“Since We’ve Been Wrong” dá o tom mais emocional da bolacha, lembrando o estilo das clássicas “The Widow” e “Asilos Magdalena”. Sem dúvidas, uma das melhores músicas da banda. A contra-ponto, “Teflon” remete a um Mars Volta mais cru, desacelerado e simples, uma música estranhamente fraca. “Halo of Nembutals” é boa e nos faz lembrar do estilo antigo da banda, quando ao final da canção temos a louca distribuição de bumbo duplo. Felicidade curta como o momento, quando logo é cortado, não deixando espaço para nenhum improviso das guitarras de Omar. Outra com um ótimo refrão é a bela “With Twilight as My Guide”, que é facilmente comparada com a catártica “Televators”.

Essa música é uma ponte para a mais porrada do álbum: “Cotopaxi” e sua facilidade de hipnotizar o ouvinte. Apesar do arranjo não ser tão ‘non-sense’ ao nível Omar e Cedric, é o que chegamos mais perto da enérgica visão que a banda sempre passou. “Desperate Graves” me faz questionar o porque não foi aproveitado o estilo usado em “Southsayer” do álbum anterior – mesmo a música sendo muito boa. Mas a grata surpresa está na simplicidade e emoção de “Copernicus” e seu sensacional refrão, além das loucas batidinhas eletrônicas que adentram no meio da música. Ótima. Para terminar, “Luciforms” é um tanto inexpressiva, do tipo passa e não percebe, encerrando o fatídico álbum.

A verdade é que Octahedron é a grande incógnita da discografia do The Mars Volta, pois, ao mesmo tempo que ‘condiz’ com a posição “acústica” que a banda havia anunciado para o álbum, destoa por demais das atuações ‘lisérgicas’ que a banda apresentou nas empreitadas anteriores e fez sua carreira de fãs e loucuras. É um álbum desacelerado, curto e de fácil compreensão, porém intenso, conciso e desafiador, relembrando o Tremulant EP (2002). É como se tudo soasse como um conjunto de b-sides de luxo. Assim como o próprio The Mars Volta é incompreensível, quem se arrisca a entender o que eles acham de genial?

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Músico multi-instrumentista, DJ, viajante, criador e editor-chefe do site RockinPress, colunista e curador convidado do Showlivre, ex-colunista do portal de vendas online Submarino e faz/fez matérias especiais para vários grandes meios culturais brasileiros, incluindo NME, SWU, Noize, Scream & Yell, youPIX e os maiores blogs musicais do país. É especializado em profissionalização de artistas independentes e divulgação de material através da agência Cultiva, sendo inclusive debatedor em mesas técnicas sobre o assunto na Universidade Federal Fluminense (RJ) e no Festival Transborda (MG).

8 COMENTÁRIOS

  1. Eu achei que faltou um pouco de energia nesse álbum. Como se eles pegassem todas as baladinhas dos discos anteriores e colocassem em um só. Não que isso faça dele um álbum diferente dos demais.
    Faz um tempo eu li em entrevista que o Omar tinha músicas para fazer dois álbuns (o Octahedron e mais um).
    Tomara que isso seja verdade, pois quanto mais o Mars Volta cria, mais Mars Volta eu quero ouvir rs…

  2. Pensa por um lado, o Omar tem músicas para quantos álbuns quiser! O cara lançar um de inéditas solo no início do ano, lançou o El Grupo Nuevo de Omar Rodriguez-Lopez, lançou o Mars Volta, vai lançar mais um de inéditas solo em setembro e ainda produziu todo o álbum de Juliette Lewis! O que não falta é criatividade pra ele! Ah sim, também rola o papo da volta do At The Drive-in!

  3. Nossa!!!
    Essa do Album da Juliette Lewis eu não sabia…
    Por essa e outras que o Omar é meu Guitar Hero preferido.
    Tomara que quando eu crescer eu tenha aquela Ibanez assinada por ele!

  4. Confere a informação de que essa bolacha foi feita paralelamente ao Bedlam? Mesmo não sendo, não dá pra achar esse álbum incrível (e incrívelmente louco) quando se pensa que eles, na verdade, queriam fazer “um disco mais pop”. De qualquer forma, é um ótimo disco, que pode não agradar aos mais xiítas, mas com certeza agrada aos apreciadores de boa música.

  5. De fato, concordo com o senhor.
    Algumas músicas desse álbum foram compostas na época do Bedlan e até antes, mas a nata do álbum veio depois.

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