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Resenha: Thiago Pethit @ Cinemathèque, Botafago-RJ 13/06/2010

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Texto: Marcos Xi
Fotos: Juliana Ribeiro
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Nunca uma noite chuvosa e o tempo frio foram tão convidativos para contemplação de uma apresentação musical. As luzes do nobre bairro de Botafogo guardavam um caminho da distração no término do final de semana. Thiago Pethit está de volta à cidade.

Dos cabarés antigos que já reinaram no Rio de Janeiro, pelo menos em forma e sentimento, a casa de shows Cinemathèque é a que mais se aproxima da atmosfera retrô tanto desejada para o primeiro show solo de Thiago Pethit em terras de São Sebastião. O jovem e simpático cantor nos recebeu horas antes do show, mesmo sem entrevista marcada, abrindo a porta dos bastidores de sua apresentação.

Thiago sutilmente opina em tudo, incluindo as sessões instrumentais que Pedro Pena (ukulele e violão de aço) produz, no intervalo entre a percussão e bateria em uma música e no que mais não o agradar, deixando tudo o mais orgânico possível e ainda abrindo espaço para palpites que os outros instrumentistas dão, num espaço democrático regado a um chá quente, para aliviar a garganta após um show no dia anterior, feito embaixo de um ar condicionado mal posicionado.

No palco, em frente a cadeirinhas com mesas propostas como em grandes teatros para convidados, Thi (como todos o chamam) rege a si mesmo com movimentos esvoaçantes, sempre à frente do pedestal e ora interagindo com os músicos, o levando a explorar um pouco mais os lados do tablado. O repertório leva as 11 canções presentes em Berlim, Texas, mais “Essa Canção Francesa”, originalmente cantada com sua amiga e a pessoa que indicou o Cinemathèque, Tiê e outras duas inesperadas versões: uma de “Bad Romance” da Lady Gaga (voz e piano solo de Pethit) e “Please Don’t Go” (clássico do KC & The Sunshine Band) – e ainda tiveram pessoas pedindo outras não tocadas, como a ótima “Low Lights”.

Thiago aproveita para explicar detalhes da produção do álbum e seus porquês, como a semelhança proposital entre “Não se vá” e “Don’t Go Away”, ou a questão cabaret presente na música de Lady Gaga. Entre uma canção ou outra, ele também derrete-se em elogios para casa, dança e toca uma meia-lua. Vale frisar o aparato de percussão liderado por Guga, o baterista titular da turnê e o tímido público que aos poucos vai se soltando, até que na última música monta-se em um coral uníssono agraciando “Mapa-Mundi”, canção final da apresentação.

Em resumo, a beleza da apresentação está em cada passo de Pethit no palco, na simplicidade do artista para com o público e na necessidade pessoal de mostrar o melhor espetáculo possível dentro do orçamento de um músico independente movido pela arte, pela vontade e pela força máxima sentimental conhecida: a música.

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Músico multi-instrumentista, DJ, viajante, criador e editor-chefe do site RockinPress, colunista e curador convidado do Showlivre, ex-colunista do portal de vendas online Submarino e faz/fez matérias especiais para vários grandes meios culturais brasileiros, incluindo NME, SWU, Noize, Scream & Yell, youPIX e os maiores blogs musicais do país. É especializado em profissionalização de artistas independentes e divulgação de material através da agência Cultiva, sendo inclusive debatedor em mesas técnicas sobre o assunto na Universidade Federal Fluminense (RJ) e no Festival Transborda (MG).

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