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Resenha: Simplicidade é o que basta!

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Álbum: The Soft Pack

Artista: The Soft Pack

Lançamento: 02/02/2010

Gravadora: Kemado Records

Myspace: myspace.com/thesoftpack

Rockometro: 8,9

Apesar das contradições sobre o assunto, segundo o Wikipédia já estamos em uma nova década e tal década nos promete muito no mundo do entretenimento musical. 2010 já nos fez o favor de abrí-la com discos que já são clássicos e de audição obrigatória pra qualquer um que se diga amante de música, mas um problema (ou a solução) surgiu com essa nova era.

Mercado exigente, ouvintes mais exigentes ainda e a crítica ferrenha estão mudando o conceito de música e o que antes era experimental, de difícil acesso aos nossos ouvidos está se tornando o novo pop e não que isso seja ruim, mas particularmente, eu estou cansado de bandas que tentam ou ser ‘a grande cabeça pensante que é o Radiohead’ ou ‘a grande viagem psicodélica a base de ácido que é o Animal Collective’, perdendo a graça e a jovialidade da música indie que tanto nos influenciou no começo da década passada. Strokes, White Stripes, Walkmen e companhia, muito obrigado por terem acreditado no rock.

Mas como toda regra tem sua exceção, 2010 já nos brindou com um disco em que a simplicidade é o seu maior luxo, esse petardo e toda sua glória é o debut homônimo de quatro garotos de San Diego, chamdos The Soft Pack, antigo The Muslims.

10 faixas em 35 minutos são o suficiente para que o Soft Pack passe sua mensagem com extrema clareza, e essa mensagem soa como algo do tipo: ‘não somos a salvação da música, nem queremos ser, tocamos por diversão e pra sua diversão e o resto que se foda’.

O som da banda não nega influência do anos 60 e da Surf Music, transpira Beach Boys, The Clash e Velvet Undergound, passando por influências mais recentes, como o Nada Surf e os Strokes e tendo como concorente direto ao título de melhor banda de surf-punk da atualidade  o The Drums.

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Clipe de Extinction

Esse descompromisso proposital é percebido na forma de tocar da banda. Brian Hill, o homem das baquetas costuma tocar em pé, abusando dos tambores e de percursões como a meia-lua, no maior estilo punk. David Lantzman, proporciona um baixo cru e bastante presente e perceptível nas canções. Matty McLoughlin, o guitarrista principal, se empunha de uma Fender Telecaster e um set de apenas dois pedais, Fuzz e Reverb, para fazer seu estrago sonoro em forma de riffs praianos rápidos e Matt Lamkim, o frontman que comanda os vocais e uma guitarra, também abusa do reverb em seu instumento e canta de uma forma arrastada, quase falada as melodias juvenis sobre amor. Tudo isso de uma forma ramoníaca e objetiva. Em algumas raras vezes, a banda se utiliza de um teclado Mini Korg, para acrescentar suas melodias.

The Soft Pack, o álbum, começa com a tríade explosiva “C’mon”, “ Down Or Loving” e “Answer Tou Yourself”, que parecem se completar, fazendo uma síntese da vida: ‘venha, faça sua ecolha e responda suas perguntas’.

Na sequêcia vem “Move Along”, a mais psicodélica das faixas, com um tecladinho de timbre agudo, chega a lembrar o Deep Purple, apenas neste quesito. “Pull Out”,  “More Or Less”, “Tides Of Times” e “Flammable” são as músicas que carregam um punk moderno, mais sofisticado. “Mexico” e “Parasytes” são as mais introspectivas do álbum, sendo que a primeira tem um clima praiano inigualável.

O debut do Soft Pack é cheio de hits certeiros,  joviais e simples. Tudo o que está em falta na música atual, eles conseguiram compactar em um único e ótimo álbum. A carreira já vem decolando, participação no programa do Letterman e show marcado no Coachella, mostram o devido reconhecimento, agora só falta a bolacha cair nas grças do público.

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