Álbum: Rearrange Beds
Artista: An Horse
Lançamento: 17/03/2009
Gravadora: Mom & Pop Music
Myspace: myspace.com/anhorse
Rockometro: 7,8
Primeira quinzena de 2010 e muitos bons vazamentos já correm pela internet e isso quase nos faz esquecer de um longinquo 2009. Mas como diria algum poeta frustrado, reviver é uma arte e eu particularmente adoro descobrir bons discos que passaram batidos por mim durantes anos anteriores.
An Horse é mais uma dupla (sim, sou apaixonado por duplas musicais) que abusa da criatividade e claro faz uso de vários clichês para sustentar seu som mais puxado paro o indie-pop. Kate Cooper (vocal e guitarras) e Damon Cox (bateria) vieram da Austrália com uma certa experiência musical, pois os dois já tinham feito parte de outros projetos musicais, um EP na bagagem (Not Really Scared EP – 2008) e muita vontade de ganhar o mundo e por pouco não conseguiram. Abriram shows para as gêmeas Tegan & Sara em sua turnê americana, tocaram no almejado programa de David Letterman, emplacaram um de seus singles numa propaganda da Mercedez-Benz e fizeram um animado show no grandioso SXSW. Uma ótima visibilidade para uma banda iniciante, mas que não foi muito percebida pelo público e nem pelos críticos de plantão.
Rearrange Beds é bem mais que indie-pop, traz umas pitadas de pop-punk e shoegaze, misturadas ao frescor da ironia adolescente, com certas doses de drama. Não é nenhuma obra-prima, mas é daqueles álbuns que te faz abrir um sorriso no rosto e rasga com ferocidade seu coração, enchendo esse vazio de ternura e esperança. O vocal esganiçado de Kate dá um toque de charme as melodias calcadas na dupla riffs espertos + bateria rápida e o que soa como clichê mostra uma faceta criativa, outra peça marcante é o backing vocal que Damon faz na maioria dos refrões.
“Camp Out”, a faixa de abertura e o primeiro single é uma das faixas destaques, e celebra basicamente o amor, até fazendo referência à emblemática banda grunge-feminista Hole. O verso: “This is a song for the one that I love / I haven’t met them yet / But I’m quietly confident”, resume o clima do álbum em três versos. “Postcards”, a segunda faixa, é a estrela do álbum. O single que virou tema de propaganda começa com um riff de guitarra simples e pegajoso e evolui para uma bateria cheia de viradas, compondo, juntamente com os vocais sincronizados, uma das mais belas melodias que ouvi no ano passado. “Well, old post cards are romantic when they’re intact.”
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Clipe de “Camp Out”
O debut possui mais 8 faixas seguindo a mesma linha de melodia, as grandes surpresas são as frases de efeito, encontradas em todas faixas.
“My face has turned red / But it’s not from something you just said / Oh I’m blushing on the inside” retirada de Company e “Sometimes you lay up like a map in front of me” encontrada em Horizons, são exemplos de várias das frases que parecem ter sido retiradas de algum drama adolescente.
An Horse peca em utilizar a mesma fórmula em praticamente todas músicas, mas Rearrange Beds é uma ode às dificuldades de se amar, uma enciclopédia dos dramas juvenis, que pra cá nós, soam iguais pra todo mundo.
Tudo o que lembra shoegaze me interessa. Adoro a atmosfera viajandona que esse som proporciona. Vou conferir.
Hole nao é feminista! ;~
acho que ele quis dizer ‘feminino’
Hole me soa ‘riot-girl’. E na minha concepção, riot-girl’s são extremamente feministas.
Tô viciado em Pain of been pure at heart. Conheci através do blog, e não consigo parar de ouvir.
Genial!
Wans ‘The Pains Of Being Pure At Heart’ é realmente genial, fazem um shoegaze de primeira. E como tu disse que curte esse som, não sei se conhece, mas recomendo M83, outra ótima banda com fortes influências shoegazzers.
Dayson, cuidado com o Wans, ele conhece TUDO.
Conheço, nada, Xi, acabei conhecendo muuuuuita coisa aqui. Mas conheço sim o M83 e acho fodástico! Valeu o toque. E continue indicando coisas bacanas como essas.