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Resenha: Porn Music ou apenas o jeito alemão de ser?

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Álbum: Liebe Ist Fur Alle Da

Artista: Rammstein

Lançamento: 20/10/2009

Gravadora: Vagrant/Universal

Myspace: myspace.com/rammstein

Rockometro: 8

Ame ou odeie. Longe de ser uma bandinha de metal industrial como outra qualquer, os alemães do Rammstein não fazem questão de agradar os mais conservadores. Formada em Berlim em 1994, a banda acaba de lançar seu sexto trabalho de estúdio: Liebe Ist Fur Alle Da, que chega com suas tradicionais 11 faixas (todos os albuns do R+ possuem 11 músicas) e puxado pelo single pornô “Pussy”. Se você é assíduo no Rock in Press, já deve ter visto o tal vídeo aqui e sabe que se trata de um pequeno curta-metragem pornográfico. Mas as polêmicas não acabam por aí: a banda ainda promete o lançamento de uma edição exclusiva do disco que virá acompanhada de diversos apetrechos sexuais como algemas, lubrificantes etc. Mas todo esse marketing justifica um bom trabalho? A resposta é um grande sim.

Quatro anos depois do bom Rosenrot (de onde saiu o single “Te Quiero Puta”, bastante conhecido dos frequentadores da festa carioca On Fire!), Til Lindermann e companhia apresentam seu melhor momento em um disco que registra o amadurecimento do Rammstein. Se os outros discos pecavam pela irregularidade, aqui todas as faixas merecem atenção. As distorções usadas pelos guitarristas já eram limpas e poderosas nos trabalhos anteriores, mas nada que chegasse perto do nível dessas novas faixas. Aliás esse é um dos grandes diferenciais do R+ para as outras bandas de metal: as distorções não ficam tão sujas e mesmo assim conseguem ser pesadas.

Preste atenção no clima da faixa de abertura “Roter Sand”: aquele assovio lembra ou não lembra o filme O Albergue? Logo depois temos a poderosa “Rammlied”, que conta com os tradicionais coros angelicais e as distorções limpas. Os fãs mais antigos vão delirar com a empolgante “Waidmanns Heil” que reacende a chama dos discos anteriores e é uma das melhores faixas do album.

A influência de Depeche Mode e das bandas oitentistas marcam presença logo no comecinho de “Haifisch”. O que desperta mais curiosidade em ouvir as músicas do R+ é a sensação de estar totalmente perdido enquanto Til Lindermann parece estar provocando e se insinuando com seus versos em alemão. É meio incomodo não ter a mínima ideia do que o sujeito canta, mas este é justamente o maior ponto positivo da banda. Em “B*******” esse incomodo fica ainda maior. Parece a trilha sonora de um filme no qual o personagem pode morrer a qualquer momento. “Fruhling in Paris” promete ser daquelas músicas que todo mundo vai cantar nos shows, pelo menos na Alemanha.

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=cxrap3Ojchw]
Clipe censurado de “Pussy”

Em “Wiener Blut” a voz de Til Lindermann tem seu melhor momento. Enquanto ele prega um discurso com cara de “eu sou o mestre e você deveria fazer exatamente o que eu digo”, as riffs de guitarra agressivas atacam e criam esse paralelo entre o errado e a perdição (?) enquanto criancinhas brincam e cães uivam.  O melhor momento de Liebe Ist Fur Alle Da não poderia ser outro que não “Pussy”. Pode até não ser a melhor música do cd, mas pelo vídeo-clipe fica dificil não a colocar no topo. Em uma entrevista para o site inglês Metal Hammer, o guitarrista Richard Kruspe declarou ter ficado surpreso em como o cinema pornográfico era profissional. E que ele e o restante da banda acharam o processo de gravação bem interessante. Quem não acharia?

O disco termina com a dobradinha de “Liebe ist Fur Alle Da” (outra tradição da banda é sempre incluir uma faixa com o mesmo nome do disco), uma porrada sonora com riffs de guitarra e um synth futurista, e “Mehr”, outra faixa que merece atenção em Liebe Ist Fur Alle Da. Então tome algumas aulas de alemão e enfie o som do Rammstein no seu winamp. Quem sabe não inspire boas aventuras sexuais?

ps: Atenção fãs cariocas! A DDK irá fazer uma festa especial de lançamento do disco no dia 31 de outubro no Cine Íris. Aproveitem!

ps2: Se você nunca ouviu R+ antes e quer ter uma referência, pense em versões mais pesadas de Nine Inch Nails, Marilyn Manson, Static-X e System of a Down.

1 COMENTÁRIO

  1. o mais interessante do r+ é o alemão… as músicas ficam bizarras, estranhas e te dão vontade de roubar uma placa, chutar um lixo ou quebrar uns copos.

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