Resenha: On No On – Polyamory

Álbum: Polyamory

Artista: On No On

Lançamento: 17/02/2011

Selo: Independente

Myspace: /onnoonspace

Rockometro: 7,5

On No On é o novo projeto de Filipe Consoline, prolífico músico paulista que já nos agraciou com um cd e um EP no incrível mono.tune, um álbum com a Labmusica e Venus Volts, além de singles aleatórios com a mesma VV. É interessante ver a mutação e variação de gêneros e gostos de Filipe em curso com suas bandas. Sem deixar de ser ele, impondo sua marca e variando sempre no foco.

Polyamory foi composto em pouco mais de um mês, após Filipe constatar seus problemas com o café, assim, no meio da rua. No mesmo dia já estava em seu quarto-estúdio dando os primeiros acordes de guitarra das 6 músicas que compõem o EP. É engraçada a forma de trabalho e acabamento que Filipe dá as músicas, fazendo-as parecer que são singles únicos, ao mesmo tempo iguais e diferentes de si, somente amarradas pelo clima. Todas poderiam soar como faixa de abertura ou encerramento do cd, talvez por isso Consoline teve tantas dificuldades de organizar a ordem das faixas para o lançamento.

O nome do álbum e da banda foram escolidos dias antes do lançamento oficial, sendo que a faixa de abertura, “Things I Like”, só entrou na dead-line da meta. A faixa, alias, deverá ser o clipe oficial do álbum, brigando com “Pea Tea”, que tem o tema que define bem a origem da banda. Já a divertida faixa título parece emendar um refrão atrás do outro. Para quem não sabe, “Polyamory” significa “dividir seu coração em vários pedaços, sem quebrá-lo”, o que reflete bem o momento que ele está passando pessoalmente.

Mas as melhores definitivamente são “Out of The Blue” e “Everylasting Cliche”. Ambas contém vocais doces, em melodias suaves, flutuando em cima de guitarras hora distorcidas, ora dissonantes, propostas num arranjo instigante e bem trabalhado. Alias, todas as músicas e instrumentos foram compostos e gravados pelo próprio Filipe Consoline em seu quarto, com excessão da bateria, que foi feita no Red Mob Studios, em São Paulo. “My Love Is Gone When I’m Satisfied” encerra o álbum de maneira colante e direta – um bom reflexo da proposta do ep.

Filipe, ajudado por Cifas, André e Marina, deverá começar a apresentar o On No On ao vivo a partir de final de abril/ início de maio deste ano. Talvez uma lapidada ali e mais investimento nas canções densaa aqui fariam da bolacha algo muito hipnotizante. No geral, é um bom registro de canções bonitas e feitas quase que expontaneamente. Válido para fim de tarde e pessoas querendo se destrair. O Ep pode ser baixado gratuitamente na Trama Virtual ou ouvido no Bandcamp.