Resenha: O Século 21 do Green Day

Álbum: 21st Century Breakdown

Artista: Green Day

Gravadora: Reprise Records

Lançamento: 15/05/2009

Site: www.greenday.com

Rockometro: 7,7

São 5 anos desde o lançamento do ótimo American Idiot. Desde então, os fãs do Green Day estavam ansiosos para ouvir o resultado das gravações do trio californiano. Se em American Idiot a pegada punk rock já havia diminuído consideravelmente (pô! era uma ópera rock bem política! ser punk não ia resolver nada), em 21st Century Breakdown, a situação não é diferente.

Não esperem um retorno às origens: o novo disco continua mostrando um  Green Day em crescente evolução. Temos até músicas com teclados e outros arranjos diferentes do habitual. E claro, o mais importante, novamente na estrutura ópera rock. Só que a banda resolveu ser mais ambiciosa e dividiu o disco em três partes distintas: Heroes And Cons (música 1 a 7), Charlatans And Saints (música 8 a 13) e Horseshoes And Handgrenades (14 à 18) e todas tem como protagonistas Christian e Glória, jovem casal que vive as esperanças e desilusões deste novo século.

A faixa título “21st Century Breakdown” abre o disco com chave de ouro. Frases de guitarra em estilo das bandas de música clássica escocesa e gritos de guerra. Mais Green Day, impossível. Logo em seguida, o primeiro single do novo trabalho: “Know your Enemy”.  O vídeo já foi postado aqui antes e a pegada agressiva da música evoca diretamente “American Idiot”, mas um pouco inferior. O ponto alto, além da pegada agressiva e riff da guitarra, é a bateria marcada.  É como uma máquina do tempo poder ouvir o Tré Cool arregaçando os pratos. Saudade master do Green Day!

A terceira faixa é “Viva la Glória!” e já começa surpreendendo. Nunca na minha vida pensei que fosse imaginar o Billy Joe cantando em cima de uma base de piano. O nome da música talvez dê a chance para o Coldplay tirar o pé da jaca e finalmente poder acusar alguém de plágio… Noooo!A mesma estrutura de “duas músicas” diferentes se repete em”Before the Lobotomy”.

Os Beatles surgem como referência na balada “Last Night on Earth” que encerra o Ato 1. O Green Day conseguiu emular o quarteto de Liverpool e soar muito melhor (o que, cá entre nós, não é grande mérito. qualquer bandinha é melhor que os Beatles.) do que o original.

A faixa “Peacemaker” é das minhas favoritas até o momento. Agitada. Gostosa. Punk rock delicioso. Os timbres de baixo característicos e presentes em sucessos como “She” e “Last Guys Finish Last” está presente em “Last of the American Girls”. Na verdade, provavelmente é a única faixa que os fãs antigos vão gostar. É um revival dos tempos clássicos do Green Day. E encerrando o Ato 2 está a linda “Restless Heart Syndrome”. Provavelmente a minha segunda faixa favorita do disco. Se o Silverchair evoluiu de “Tomorrow” para “Emotion Sickness”, posso dizer, sem medo, que “Basket Case” é o passado e “Resteless Heart”, o futuro. Na boa. Fácil, fácil.

A reta final da nova ópera rock do Green Day entra no fim quando o The Hives parece que emprestar seu maior sucesso para a base da empolgada “Horseshoes And Handgrenades”. Outro destaque é “21 Guns” que tem o refrão parecido com uma música boa do Bon Jovi (sério, isso existe!). E para encerrar o excelente disco, vejo luz no futuro do Green Day. A boa “See the light” é o ponto final na trama de Christian e Glória. Que Billy Joe e seus dois parceiros continuem crescendo musicalmente, mesmo que demorem mais 5 anos para um próximo lançamento.

Por 2t-emo-dias