Álbum: Beat The Devil’s Tattoo
Artista: Black Rebel Motorcycle Club
Lançamento: 09/03/2010
Gravadora: Vagrant
Myspace: http://www.myspace.com/blackrebelmotorcycleclub
Rockometro: 7.6
Semana passada, me deparei com o mais novo e brilhante álbum do Black Rebel Motorcycle Club. Envolvidos num misto de folk e muito blues os caras fizeram um CD de colocar muito vanguardista de queixo caído, exalando rock por todas as pontas e nos arrebatando com a melodia imprimida em seu som. É ouvir dessas raridades de vez em quando que nos faz lembrar que ainda se ouve real rock por essas bandas.
Sem cair na mesmice e no clichê os garotos de São Francisco dão um tom muito intenso e uniforme no disco, com uma guitarra distorcida que acompanha-nos durante todas as músicas. Com letras passionais e profundas BRMC nos entrega uma ode ao pessimismo e aos corações partidos nos mostrando a verdadeira alma do artista e o que o inspira mais, o amor e seus desastres.
O CD é aberto pelo single homônimo do álbum Beat The Devil’s Tattoo que de cara nos transporta para uma atmosfera totalmente anos 60, com direito a pandeiros e uns back vocals super zens que caem muito bem a música. O som é uma verdadeira obra de arte, dedicada a todos os medos mais profundos da alma, todos os desastres da vida e a atração da poesia por eles, propondo a total libertação de nossos demônios internos.
Na seqüência ainda no clima sessentista, a música “Conscience Killer” tem um ar de Janis Joplin e cia, muitos rifs, ótimas batidas e um ritmo que realmente contagia a quem ouve. “A música é seguida pelas também intensas “Bad Blood” e” War Machine” a primeira com um refrão grudento e muito agradável, e a outra com ótimos solos de guitarras e vozes com efeitos de distorção, dando uma cara muito rock ao CD.
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Para quebrar um pouco a pegada do álbum e não deixar o mesmo ficar chato, temos na seqüência a lenta “Sweet Feeling”, cantada com maestria pela voz calma de Peter Hayes e acompanhada ao fundo por uma maravilhosa gaita e os back vocals de Robert Levon. Por algumas vezes na música somos surpreendidos por alguns agudos formando um clima maravilhosamente folk.
Em seguida temos a ótima “Evol” com uma letra super clichê, onde o autor fala sobre a perda do amor, e o sentimento de liberdade que sente a seguir. Porém todo o clima piegas é derrubado por uma pegada super-rock estrada, nos levando a cantar toda vez que a música é tocada, tornando-a realmente empolgante.
Porém os elogios ficam ao álbum ficam por aí, o que segue é uma seqüência de mais do mesmo, sem inovação, deixando o álbum chato e repetitivo. “Mama Taught Me Better”, “River Styx” e “The Toll” são apenas espelhos das outras músicas até então tocadas no álbum. “Shadow’s Keeper” vem pra complementar o desastre em que se torna o álbum, salvo pela “Aya” que realmente imprime um refrão muito “scream” e gostoso de ouvir.
Já terminando temos a sem graça “Long Way Down” que é muito pacifica e destoa completamente da proposta do resto do álbum. E para acabar temos os insuportáveis 10 minutos de “Half-State”, onde o ouvinte já se encontra num estado de tédio pelo álbum e a música só vem para complementar este sentimento. Mas no pacote como disse no início, o álbum é bem audível e muito uniforme, dando uma nostalgia e densa satisfação de valer a pena ouvi-lo.
Merecia uma nota bem maior!