Resenha: O fim das Meninas Prodígio
Artista: Laura Marling
Lançamento: 6 de Abril
Gravadora: EMI
Myspace: http://www.myspace.com/lauramarling
Rockometro: 7,8
Há certas viagens musicais que nos distanciam de nossa casa sonora. A casa de Laura Marling é formada pela simplicidade de frágeis acordes de violão, que mesmo em raros momentos se expressam diferente do folk coerente que propõe, não tarda a voltar ao lar. Os poucos 20 anos vividos assustam ao notar que a senhorita Marling já está em seu segundo álbum solo – sem contar os lançamentos de quando ela ainda dividia o palco com os mágicos Noah and The Whale.
O Country-folk simples que a pequena produz não representa nenhuma inovação ao que o mundo já conhece, dando-se ao luxo de praticamente não flertar com o pop nem passar de arranjos simplistas nos coros e em outros instrumentos – esses raramente dominam a música, como por exemplo no ótimo single “Rambling Man”. Já na faixa título, “I Speak Because I Can”, Laura mostra uma assombrosa semelhança vocal com nossa prodígio Mallu Magalhães, ainda deixando sobresair detalhes de uma voz já amadurecida e um tom grave invejável a qualquer doce pseudo-country, que também atende como Taylor Swift.
Também vale o destaque a canção folk-indiana “Devil’s Spoke”, que abre o álbum, e o crescimento que as canções ganham durante sua execução, com a adição que vão desde um simples segundo violão (“What He Wrote”), até o piano triste e pouco convencional ao estilo Johnny Cash em “Hope in The Air”. O lado experimental também aflora na magnífica “Alpha Shallows”, um misto de música celta e o folk clássico com um coro final arrebatador.
Infelizmente, o som que Laura Marling produz é muito comparável a trabalhos de Alanis Morissette e Joni Mitchel, deixando de lado a fofura que seu rosto de menina lhe propõe, mas torna a mulher de atitude que outras Ana Free ou Alessi’s Ark nunca conseguiram ser.