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Resenha: Não Ficou Legal.

8
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Álbum: The Suburbs

Banda: Arcade Fire

Lançamento: 02/08/2010

Selo: Merge Records

Myspace: http://www.myspace.com/arcadefireofficial

Rockômetro: 5,8

Aproveitando da minha prerrogativa editorial dentro deste sítio, gostaria de quebrar o protocolo e exibir as minhas próprias conclusões sobre a tão comentada nova empreitada do Arcade Fire, The Suburbs. Minha opinião vai contra a já apresentada resenha de nosso humilde companheiro Dayson Ruan, e por isso achei importante mostrar novas visões da bolacha em nossas linhas.

The Suburbs é um álbum ímpar na discografia dos canadenses, onde buscaram algo além do som próprio que criaram  e incorporaram influências diferentes, como Bruce Springsteen e Nick Cave (algo que já indicavam em Neon Bible). Em troca, simplificaram as orquestrações de Owen Pallett, reduzindo-a a poucos momentos – como a ótima “The Suburbs” e na repetitiva “Rococo”.

Violões também ganharam mais espaço e um princípio eletrônico talvez mostre a nova direção que o grupo quer tomar, basta ouvir os detalhes da boa “Ready To Start”, o final de “We Used To Wait” e a repetição linear de “Half Lights II” e “Sprawl II”. Repetição, aliás, acaba se tornando a tônica de um álbum marcado pela confusão entre usar uma fórmula mais pop (como em “Modern Man”) e experimentalismos pouco convincentes e sem detalhes marcantes, como esperamos do Arcade Fire.

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“The Suburbs” Ao Vivo

Explicando melhor, basta pegar a guitarrada rock n’ roll de  “Empty Room” (e os gritos lotados de reverb – talvez para tampar a pouca potência de voz de Régine) e a retilínea e desgostosa “Mouth of May”: Músicas retas, sem direção e não tão  fracas quanto a infinita repetição de “City With No Children” e “Half Light I”. Esse marasmo sonoro se arrasta até “Suburban War”, que até tem uma boa intenção em sua guitarra, mas o riff se repete de tal forma que acaba perdendo o gosto.

As letras também se confundem. Ora geniais, ora sem muito conteúdo, não deixa de ser interessantes olhando pelo conjunto, mas em separado é passível de se ter algumas decepções. As 16 canções tornam o disco uma incógnita: atrativo para quem olha nas prateleiras e cansativo para quem o ouve inteiro.

As inexplicáveis 8 capas selecionadas para o lançamento e ainda a seleção de mídias a ouvir o álbum primeiro (lembrando que começou pela influente NME, passando por BBC, onde foi feito o tal comentário com Radiohead e interpretado erradamente por essas terras brasileiras) mantendo a banda na mídia o tempo inteiro, criando uma possibilidade de venda ainda maior.

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“We Used To Wait”

Quem disse que isso não foi uma excelente jogada da gravadora? Agora o porque precisou disso? Será que eles mesmos não sentiram que o álbum tem todo esse potencial e resolveram investir em divulgação para ter uma boa resposta? Eu acredito em mídia comprada, ainda mais pelo fato de todos os locais que ouviram o álbum primeira, falaram muito bem da bolacha, de encher a boca e arregalar o olho.

“We Used To Wait” e “Ready To Start” ainda guarda uma boa lembrança de um Arcade Fire de guitarras viajantes, baterias pulsantes e refrões gritáveis. Mas tudo acaba preso num círculo vicioso dos arranjos e a bolacha finda sendo realmente o subúrbio da discografia do Arcade Fire: Mais pobre melodicamente e com faixas demais por hora de disco.

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Músico multi-instrumentista, DJ, viajante, criador e editor-chefe do site RockinPress, colunista e curador convidado do Showlivre, ex-colunista do portal de vendas online Submarino e faz/fez matérias especiais para vários grandes meios culturais brasileiros, incluindo NME, SWU, Noize, Scream & Yell, youPIX e os maiores blogs musicais do país. É especializado em profissionalização de artistas independentes e divulgação de material através da agência Cultiva, sendo inclusive debatedor em mesas técnicas sobre o assunto na Universidade Federal Fluminense (RJ) e no Festival Transborda (MG).

8 COMENTÁRIOS

  1. Tava me sentindo um peixe fora d’água porque eu vim ouvindo hoje para o trampoe eachei que começou muito bom, mas lá pela metade, fica chatíssimo! O pouco uso de Régine e como vc bem disse, a falta de orquestrações e me parece que aquela coletividade na hora de cantar as canções não existem , portanto, morreu na praia pra mim. Uma pena!

  2. Faltou orquestração, realmente, me ocorre agora, que parece, com as devidas proporções, a transição do Ventura do los Hermanos, para o 4… Em ambas as bandas os “metais” dão uma vida a mais, um diferencial, quando presentes!

  3. apenas! Se até dentro da nossa redação o álbum já foi digno de duas resenhas, por aí!

  4. “atrativo para quem olha nas prateleiras e cansativo para quem o ouve inteiro” – super concordo!
    Com 8 capas então, passa ser 8 vezes mais atrativo,haha.

    Pena que não é com divulgação que se ganha o coração – no caso,os ouvidos – de quem tem a atenção voltada para os aspectos músicais.

  5. “As inexplicáveis 8 capas selecionadas para o lançamento e ainda a seleção de mídias a ouvir o álbum primeiro (lembrando que começou pela influente NME, passando por BBC, onde foi feito o tal comentário com Radiohead e interpretado erradamente por essas terras brasileiras) mantendo a banda na mídia o tempo inteiro, criando uma possibilidade de venda ainda maior.

    Quem disse que isso não foi uma excelente jogada da gravadora? Agora o porque precisou disso? Será que eles mesmos não sentiram que o álbum tem todo esse potencial e resolveram investir em divulgação para ter uma boa resposta? Eu acredito em mídia comprada, ainda mais pelo fato de todos os locais que ouviram o álbum primeira, falaram muito bem da bolacha, de encher a boca e arregalar o olho.”

    xi, se não tem argumento, não tenta inventar um.

    você enche a boca para falar “jogada da gravadora” como se qualquer lançamento desse porte – e, caramba, estamos falando de um disco do Arcade Fire – não devesse ser estruturado como uma grande ação, como se fosse anti-ético fazer um lançamento desse tipo. qualquer banda vai fazer qualquer coisa para ficar na mídia o maior tempo possível. é necessário querer fazer sua música chegar a todos os lugares, não?

    se você acredita em mídia comprada, é opção sua. mas é ingenuidade achar que a assessoria de imprensa da banda precisaria oferecer exclusividade para dois veículos nem tão influentes assim (NME perdeu o que tinha de influência lá em 2006/7, vamos concordar). se por exemplo, eles conseguissem fazer a pitchfork publicar uma resenha uma semana antes da data de lançamento e com um 10 cravado, aí você começaria a ter um argumento aqui. fato é o disco deve ter chegado nos principais veículos ao mesmo tempo e a bbc e nme devem ter decidido publicar primeiro (o da nme nem era resenha oficial, certo?). nada incomum nisso.

    enfim, procure entender um pouco sobre como o jogo funciona para depois fazer teoria da conspiração. e sendo rockinpress um selo, é bom aprender logo como se lança um disco.

  6. Te entendo e respeito sua lógica. Mas a minha ainda tem sim um ponto que pode ser verdade – ou não. Ainda podemos pensar em porque Veículos selecionados foram ouvindo em ordem (sim, foram em ordem e não foram só esses dois citados por mim).

    Acho sim, que é um lançamento para uma grande ação e acho que essa sim é uma ação ‘grande demais’ para a situação, em vista que a banda tem fãs fervorosos e a forma que todas as resenhas descreveram o disco.

    Só não entendo o fato d’eu citar qual foi a jogada da gravadora e dizer que foi ótima estratégia passar a ser de tanto problema assim. Você sabe dos esquemas. Trabalha numa Major brasileiras, uma que tem um certo histórico não confirmado de Jabás.

    Quando o Rockinpress for um selo com CNPJ, distribuição física, eu ganhar (ou perder) dinheiro e/ou tiver com tempo só para isso, vou fazer minhas estratégias sim. Até umas já tenho em mente para um certo lançamento. Por enquanto, é o que eu tenho a oferecer: Uma opinião sobre um disco e sobre um esquema de vendas que ocorre sempre, não é errado e faz vender. Não acha?

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