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Resenha: Morrissey – Years of Refusal (2009)

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Álbum: Years of Refusal

Artista: Morrissey

Selo: Sanctuary Records

Lançamento: 16 de fevereiro

Myspace: www.myspace.com/morrissey

Rockometro: 5,9

O nome Morrissey remete a muito. Desde o passado no The Smiths, músicas como “Suedehead” e ainda porradas ao nível de Irish Blood, English Heart”. Morrissey é sinônimo de perseguição, sinceridade, tristeza e principalmente genialidade. A nova proposta agora é Years of Refusal, a bola da vez do especial resenhas.

Apesar de todos, ou os maiores,  os problemas de Morrissey já terem ficado para trás, o inglês de sangue irlandês fez um álbum pesado, abrindo com o punk setentista de “Something Is Squeezing My Skull”. É engraçado ouvir as primeiras linhas vocal de Morrissey nesse álbum. É simplesmente o mesmo. E isso trás tanta segurança. Como uma marcha militar de um filme de guerra começa “Mama Lay Softly On The Riverbed”, o refrão é ardente, e nos faz pensar no nome das músicas do cd, cada um mais curioso que o outro. A fórmula de Morrissey já começa a se repetir em “Black Cloud”, fórmula que já pontua os seus cds desde sempre. O carro-chefe do álbum é o single “I’m Throwing My Arms Around Paris”, com um belo refrão e um ar, desculpem os fãs, bem gay, a faixa faz seu papel bem, mas não é tão empolgante quanto se espera de um primeiro single, tive que ouvir diversas vezes para gostar dela.

No rock clássico de “All You Need Is Me” contém até um ensaio até um solo de guitarra, mas a banda que, mesmo com 2 guitarristas (Boz Boorer e Alain Whyte), não demonstra concluir a idéia. Um dos melhores arranjos do álbum é a bela “When Last I Spoke To Carol”. A música que é um misto de tourada espanhola com festa cigana e um teclado meio space-rock, vê Morrissey armado com trompetes e assobios, muito boa. Já na pseudo dark-pop “That’s How People Grow Up”, Mozz (como foi carinhosamente apelidado) joga sua já manjada fórmula de compor canções pop, já que para um single, a música iria bem de vendas. “One Day Goodbye Will Be Farewell” mostra uma bateria furiosa contrastando com teclado altos e a volta do trompete, mas a faixa não chama muita atenção.

Ao invés disso, a magnífica “It’s Not Your Birthday Anymore” quebra o clima raivoso do cd e dá a primeira balada da empreitada, já na nona faixa. Uma faixa muito inspirada e totalmente na contra-mão do álbum. No começo da trinca final do álbum, podemos escutar “You Were Good In Your Time”, que é outra balada, agora regida por um belíssimo violão e linhas de cordas magníficas. A voz de Morrissey ecoa em nossos ouvidos de maneira estupenda, me colocando na posição definitiva de que Morrissey é muito melhor em baladas. Para terminar a mais-do-mesmo “Sorry Doesn’t Help” e a ótima rock-punk “I’m OK By Myself”, pontuando de forma virtuosa esse álbum nem ruim e nem bom.

Não é preciso ninguém falar da voz de Morrissey ou de sua genialidade nas letras, mas o que me incomoda nesse álbum é a raiva que ele transmite e o pouco retorno que nos dá. Uma repetição falha de algo que chamo de “fórmula do Morrissey” ouvimos fácil durante o álbum, mas nós nos apaixonamos pelas suas baladas, que só podemos ouvir apenas duas vezes. O que ele poderia fazer é mexer na ordem das faixas, investir em baladas, chamar o Johnny Marr de volta e fazê-lo largar as bandas fracas em que ele se encontra (The Cribs e Moudest Mouse) e chamar de volta o Steve Lillywhite, produtor dos seus melhores álbuns. Ou então, mais fácil, dê a ele mais umas férias de 7 anos.

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Músico multi-instrumentista, DJ, viajante, criador e editor-chefe do site RockinPress, colunista e curador convidado do Showlivre, ex-colunista do portal de vendas online Submarino e faz/fez matérias especiais para vários grandes meios culturais brasileiros, incluindo NME, SWU, Noize, Scream & Yell, youPIX e os maiores blogs musicais do país. É especializado em profissionalização de artistas independentes e divulgação de material através da agência Cultiva, sendo inclusive debatedor em mesas técnicas sobre o assunto na Universidade Federal Fluminense (RJ) e no Festival Transborda (MG).

1 COMENTÁRIO

  1. Sorry man, mas vc pediu as coisas que jamais eu gostaria de ver de novo, Johny Marr (porque ele só fez algo de bom graças ao Moz) e o produtor Steve Lillywhite, que de tão datado faz tudo soar irritantemente 80s.

    O disco soa iluminado, ensolarado eu diria. Reflexo da mudança de Morrissey da fria e feia Manchester para a quente Los Angeles.

    Tem altos e baixos, mas é mais um BOOOOM album de Moz.

    Chega de Smiths, chega de Queen is Dead, chega de 80s, vamos olhar pra frente!

    Abraço

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