Resenha: Manacá @ Festival Nordeste – CCBB 07/12/2008
O que falar sobre Manacá? É simplesmente uma agradável surpresa saber que no Rio de Janeiro tem uma banda tão brasileira. Seu show é impecável e a beleza de Letícia só torna mais agradável a visão que o palco dá e a impressão que você não está, definitivamente no Rio, mas sim em todo o Brasil, ao mesmo tempo.
Não se sabe se é sensual, se é casual ou se é algo além de “magnífico” mas a energia que Letícia passa, em sua suave dança e seus doces movimentos hipnotiza. Até sua fala é mansa e no contexto do show. A parte ROCK (tem que ser dito assim porque é BEM rock mesmo) fica a cargo de Baiano (bateria), Daniel Wally (baixo e fugitivo de fotos) e Luís Cesar (guitarra e simpatia). Não é atoa quando Humberto Finatti falou em 2007 na Revista Rolling Stones, que antes do Festival Mada começar, só se falava no show do Manacá e que era imperdível, ele não se arrependeu. As músicas são radiantes, de uma inteligência ímpar que, impressionante, são completamente bem executadas ao vivo assim como no cd, já que há o detalhe de Luis Coimbra (Violoncelo e Rabeca) e André Oliveira (Acordeon).
Um lado marcante do show foi a participação de Michel Melamed que é somente poeta, ator, escritor, roteirista e apresentador de TV. Criou e apresenta o programa “Re[Corte] Cultural”, na TVE Rede Brasil. Além de ter sido roteirista e apresentador do “Comentário Geral”, na mesma emissora, é autor e protagonista dos espetáculos “Regurgitofagia”, “Dinheiro Grátis” e “Homemúsica”. Ah sim, ele vive o Bentinho de “Capitu” a nova mini-série da globo e estrelada por ninguém menos que Letícia Persiles, vocal do Manacá.
A parte chata é o som, que na frente do palco é tenebroso. Quem realmente se movimenta no palco e dá a força do show é César e Letícia, faltando um pouco de animação dos outros componentes e por terminar o curto tempo do show e o fato do público ficar sentado. A banda não foi feita para tocar em locais como o CCBB, que ganha na beleza mas perde para um público calado e preso a cadeiras com números marcados.
O figurino do show é um caso a parte. Letícia, que está grávida de 8 meses, usa a roupa de Capitu, linda por sinal. Os outros integrantes, usam roupas leves mais com estampas que refletem o nordeste (César) ou uma roupa que remete ao charme dos tempos antigos, bem representados por Baiano e Wally.
Diabo já é quase um hino da banda. Luz Estrela provável que sim. E tem novos indo pelo mesmo caminho. O show elétrico, forte, denso e termina calmo… simples… Com uma versão belíssima de Chiquinha Gonzaga e Galo Cantou na versão acústica. Tudo muito bonito de se ver e ouvir.
Mas o blog fica no encalso de assistir a banda sem estar em cadeiras e num show maior, não para 175 pessoas. Isso só deve acontecer no próximo ano, já que o show que ocorreria no próximo dia 21 no Teatro Odisséia foi cancelado. Culpa da médica da Letícia!
Como vocês sabem, agora virá uma quinzena Manacá. Durante esses dias, matérias sobre a banda estarão online, como entrevistas (leia no plural), resenhas e muito mais.