Resenha: Mamonas Assassinas
Vou te falar, eu só atualizo esse blog por causa desses loucos leitores. Daí, aproveito para ver inutilidades, que quase sempre, se tornam muito úteis.
Eu gosto de olhar os termos de pesquisa, que são as coisas que as pessoas procuram no blog. Uma pesquisa me chamou a atenção: “resenha critica da banda mamonas assassinas”. Pois bem, caro usuário, aqui vai a sua resenha.
De 1995 a 1998
O que? Quando eles estouraram eu tinha uns 8 anos de idade, e sabia direitinho o que eu queria: um disco dos Mamonas Assassinas. Um belo dia, minha mãe trouxe a pérola para nossa casa, junto com um vinil – tão festejado quanto – dos Cavaleiros do Zodíaco.
Os Mamonas são um resumo da energia jovem com o dedo de um produtor com faro de dinheiro, Rick Bonadio. A banda não era mais que uma banda cover com uma ou outra canção própria – que se chamava Utopia – e nada poderia acrescentar no cenário ocupado pelas inúmeras e eternas duplas sertanejas; é aí que entra o Rick. A piada era boa, inteligente, de duplo sentido e pegajosa. E o melhor, não era enjoativo a curto prazo, o que causou toda a euforia e agitação quando a Brasília Amarela invadiu as rádios brasileiras.
[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=rmMj8UC5Mig]Palados em Santos
A banda tinha também, em altíssima qualidade, o melhor produto de qualquer banda de sucesso deve ter: um vocalista carismático. Tava feito. Sucesso absoluto e milhões de pessoas copraram discos, cds (raros na época) e fitas cassetes do único álbum de inéditas do quinteto. Eu lembro bem de ter ficado revoltado com o fato de “Sabão Crá-Crá” ter um final diferenciado em cada formato de lançamento, afinal, eu queria todas.
Como, quando, ou porque foi, eu prefiro nem comentar, pois todos nós já conhecemos o que aconteceu no dia 2 de março de 96 (alguém lembrou esse ano?). Claro, ‘Dinheirólogos’ de plantão correram para lançar, ainda em 96, um livro sobre a banda (Blá, Blá, Blá – A Biografia Autorizada dos Mamonas Assassinas de Eduardo Bueno) e uma coletânea chamada Atenção, Creuzebek: A Baixaria Continua (98), que continha 8 versões ao vivo, 2 músicas inéditas FAIL e uma versão em espanhol de “Pelados em Santos”. Mas sabe, pode parecer ignorância minha, ou sei lá o que, mas eles morreram na hora certa.
De 1999 a 2003
Me diga uma coisa, você não achou que eles seriam uma banda eterna, de sucessos eternos e aplausos certeiros? Se a ‘magia’ continuasse, não duraria mais que 2 álbuns, até que toda a credibilidade saísse por ralo a baixo. Dinho seria um bom apresentador, a curto prazo, até acabar num Zorra Total da vida. O Bento daria um bom produtor musical e o Samuel um excelente arranjador.
Não estou falando de ‘achismos’, e nem é difícil chegar nessa conclusão, meus amigos. Nessa época, os únicos que não esqueceram os Mamonas foram os Titãs, que na voz de Nando Reis gravaram uma bela versão de “Pelados em Santos”.
Resumindo: “Robocop Gay” virou tema de festa de 40 anos, ou ‘exibições ao ridículo‘ que qualquer bêbado faz num videokê da vida. Mamonas se tornou item de memória, tipo, o anúncio do ‘fim da festa‘. Mas cara, já ouviu aquela história de que todo o passado volta à tona?
De 2004 a 2007
Sabe como é, né? É ‘cool’ ser nostágico. E um belo dia, temos celebrações aos integrantes, vigílias aos túmulos, relançamentos, documentário e bla, bla, bla Nirvana e Legião Urbana. Agora, todas as bandas que não se preze tocam um cover esdrúxulo de Mamonas; agora, ter aquela música que eles brincaram ao vivo num show no Acre, é realmente valioso; agora, ter a mp3 deles tocando a música tema do Jornal Nacional é sinônimo que você realmente é fã. Agora, meus leitores, o novo é o velho de novo.
Nessa época, mais precisamente em 2006, saiu uma gravação de um show da banda, com uma música inédita FAIL e total falta de divulgação. E sabe qual é, daqui a pouco acaba de novo, como todo o som pop comestível que a banda fazia. As piadas acabam, meus amigos, e mesmo a qualidade sendo boa, são só versões de músicas conhecidas que são, por consequencia, mais facilmente digeridas pelas nossas mentes. Essa grande volta aconteceu só por um ‘Revivel‘ pelos 10 anos do ‘ocorrido‘, até o processo aberto para apurar as causas da queda do avião foi reaberto! E eu já sei o que vai ocorrer depois desse período, nem é difícil assim saber:
De 2008 aos tempos atuais:
Você lembra deles? Eu lembro. O cara que procurou pelos Mamonas aqui no blog também. Achar algo a mais deles atualmente é difícil, eles não estão mais na moda, estão no top do esquecimento, já passou, acabou, de novo.
Ano passado tivemos o especial Por Toda a Minha Vida, da rede Globo, contando a história dos Mamonas, e esse ano ainda é esperado o lançamento de um filme e um documentário dos garotos de Guarulhos, São Paulo.
Virou, novamente, um ítem de memória. Mas me diga: Alguém quer esquecer?