Resenha: Luz do amanhecer para o Editors

Álbum: In This Light And On This Evening

Artista: Editors

Lançamento: 12/10/09

Gravadora: Kitchenware Records

Myspace: myspace.com/editorsmusic

Rockometro: 7,8

Quando o Editors surgiu com o single “Munich”, não foram poucas as pessoas que pensaram se tratar de uma canção inédita dos novaiorquinos do Interpol. A semelhança entre as vozes era gritante e embora as sonoridades fossem distintas (não completamente, ressalto), os fãs do Interpol não gostaram das comparações. Em uma rixa que pode ser (muito) grosseiramente comparada ao que acontecia entre Thom Yorke e Matt Bellamy, vocalistas do Radiohead e Muse respectivamente.

O que não dá para entender é quem realmente afirma categoricamente que uma banda não tem nada a ver com a outra. Não, elas realmente não são idênticas, mas bebem nas mesmas bandas: Joy Division, The Smiths, Jesus and Mary Chains e Echo and The Bunnymen. Antes de me apaixonar perdidamente pelo Interpol, detestava a banda, só tinha espaço para ouvir o som do Editors. “Munich” e “Lights” são músicas realmente boas e o debut era bem interessante. Mas passaram-se alguns anos e depois do lançamento do segundo album, me decepcionei seriamente. Parecia mais um exemplo de banda de um cd só.

In This Light And On This Evening é o terceiro trabalho da banda e é como se An End Has A Start (2007) não tivesse existido. Na verdade, o disco novo é tão bom que a má impressão do desastroso segundo disco foi (parcialmente) esquecida. A primeira faixa (que também dá título ao disco) é intensa, dá aquela sensação de que as oito faixas seguintes serão igualmente potentes. Uma excelente abertura, superando “Lights” de longe!

Logo depois chega “Bricks and Mortar”, uma mistura de Killers + Strokes + música do He-man. São os seis minutos mais legais que o Editors já ofereceu em alguma música e por isso mesmo, é um dos destaques do trabalho. “Papillon” já apareceu aqui no Rock in Press e é o primeiro single. Uma roupagem mais moderna para as características sonoras do Editors.

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Editors – Papillon

A voz de Thom Smith evoca o falecido Ian Curtis em todas as músicas, mas é em “You Don’t Know Love” que a gente tem essa impressão reforçada. O White Lies pode até ser o melhor emulador de Joy Division atualmente, mas eles tem muito caminho para percorrer ainda. Outros destaques estão nas faixas “The Boxer” , “Eat Raw Meat = Blood Drool” e em “Walk The Fleet Road”, que encerra o album magistralmente.

Depois de excelentes albuns de Kasabian e Jet, é a vez de parabenizar o Editors. A coincidência é que todas as bandas citadas lançaram o terceiro disco em 2009 e conseguiram se redimir de seus péssimos trabalhos anteriores. Este é o verdadeiro ano da redenção, hein?