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Resenha: John Frusciante – The Empyrean (2009)

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Álbum: The Empyrean

Artista: John Frusciante

Data de Lançamento: 20/01/2009

Selo: Record Collection

Myspace: www.myspace.com/johnfrusciantemusic

Rockometro: 8,6

É engraçado comentar, mas os trabalhos de John Frusciante, guitarrista do Red Hot Chilli Peppers, são uma viagem lisérgica sem precedentes, e graças a Deus, sem volta. A diferença dos outros álbuns dele para esse novo, o The Empyrean, é que esse vem cercado de uma mística audição endeusada pela crítica e sempre amada pelo público. A bolacha ainda tem as participações de Flea (baixista do Red Hot), Josh Klinghoffer (baterista Stella Mozgawa), Sonus Quartet, Johnny Marr (guitarrista Ex-The Smiths, atual Moudest Mouse e The Cribs) e The New Dimension Singer.

Essa nova empreitada começa com a apoteótica “Before The Beginning”, que é de deixar qualquer Jimi Hendrix com inveja. A música, com base simples e nada de quebras de tempo medonhas ou mudanças de ritmo estranhas é a base rock em cima de uma guitarra que fala, sente e desenha no ar os solos de um grande guitarrista. O cd é em si de um virtuosismo precioso, como se escuta em “Unreachable”, talvez a melhor faixa do álbum. Ela se encerra com um solo belíssimo e junto com teclados que compõem um excelente pano de fundo para as viagens sonoras de John. Ainda não podemos esquecer de toda essa influência do Rock dos anos 70, bastante visíveis em faixas como “God”.

Uma questão nunca abandonada pelo senhor Frusciante, são os efeitos na voz e a questão viagem das músicas. Em “Song To The Siren”, de Tim Buckley que você pode ouvir aqui a original, e a épica “Dark Light”. Engraçada mistura de vozes, bateria eletrônica muito simples e uma levadinha na guitarra simplória, sem esquecer do baixo marcante da faixa, o resultado final de “Dark Light” é magnífico! “Heaven” é de um folk pop gostoso, lembra Neil Young e muitas estradas da vida. A voz de John é excentrica, gostosa e incomparável. Não que seja a melhor, ao contrário, longe disso, mas é diferente e não enjoa. A primeira coisa que achei ao ouvir “Enough Of Me”, foi “impossível eu ouvir os Chilli Pepers com um tecladinho assim e chocalhos na música!”, de volta aos anos 70, crianças!

Devo confessar estar surpreso com esse cd. Porradas como “Central”, com sua energia, violino solitário e muito bom gosto, fazem qualquer um gostar e querer conhecer mais do trabalho de John Frusciante. Empate com “Unreachable” de melhor do álbum. Continuando a tríade do fim do álbum, “One More Of Me” lembra, de cara, a voz de Eddie Vedder do Pearl Jam, engraçado não? Essa faixa, que, acredita seu autor seja a faixa que o Sonus Quartet participa, destoa do álbum, sem deixar a beleza de lado, só assustando quando um grito rouco e estranho aparece no meio da música… mas bem… Pra encerrar a nova empreitada de John Frusciante, entra “After The Ending”. Engraçado e inevitável comentar o fato do álbum começar com uma faixa chamada “Antes do começo” e terminar com “Depois do fim”.

Essa longa viagem musical, coloca The Empyrean como provável melhor álbum do louco pepper, e ainda cala boca de quem acha que John é bom apenas, ele é definitivamente surpreendente! O fato de não ter músicas comerciais ou ainda esquecer seu velho amigo e parceiro Omar Rodriguez-Lopes do The Mars Volta como participação no álbum (ok, eu sei que isso é bem pessoal, mas os dois são gênios!) perde um pouco pra mim, mas não dá pra negar todo o poder que essa porrada sonora tem e toda a força que passa. Se um dia os Red Hot derem um ponto final, com certeza Frusciante vai ter muito o que fazer ainda com toda essa música que ecoa por nossas cabeças explodindo de criatividade.

6 COMENTÁRIOS

  1. Cara, descobri seu blog ontem e pirei! Tô viciado. Lendo tudo e descobrindo bandas que nunca tinha ouvido falar. De ontem pra hoje, 9 novos discos foram colocados no meu ipod.
    Curti muito e já tô doido ara ouvir o novo do Frusciante.

    Abraço!

  2. Se existe algum ser humano que consegue encantar não apenas com sua arte, mas com seu estilo de vida ele se chama John Frusciante.
    Depois que passei a ouvir seu trabalho solo não consigo ver nada além de testosterona na maioria dos cds de rock como se faltasse poesia, sensibilidade e uma inteligência próxima da genialidade.
    É sublime ver como ele fez sua ida ao inferno como um Orfeu e voltou de lá quase como um “messias” fazendo da música uma ponte entre o que nos torna essencialmente humanos o amor.
    The Empyrean definitivamente o coloca entre os lendários do rock e confirma o que se anunciava em Californication o seu talento está além do magnífico trabalho que ele realiza no RHCP é um cd visceral, criativo e com letras filosóficas e nem um pouco chatas.

  3. o disco mais novo do john frusciante é espetacular , eu já tive a oportunidade de ouvir e adorei . john é um profissional e ele é perfeito no q faz ,adoro ele.

  4. É sempre bacana encontrar material reconhecendo o talento do Frusciante em especial na carreira solo que apesar de genial é pouco conhecida.
    Fora que a vida dele em si é impressionante, pois poucos conseguiriam sobreviver a fase de doidera a que ele se impôs e se transformar num ser humano ímpar, com uma filosofia de vida pautada no amor a arte acima de qualquer coisa e respeito ao ser humano.
    Conhecer o trabalho do Frusciante é como um rito de passagem, onde algo acontece na vida dos que tem esse experiência, como se a vida e toda mesquinharia típica do homem moderno se defrontasse com a elevação que só a boa música pode fazer, pois essa quando feita sem as amarras do mercado fonográfico nos aproxima muito do que nos torna verdadeiros, o amor.

  5. Realmente a arte está para além do bem e do mal. Não é uma ciência, nem sequer um estudo. É acima de tudo um estado de espírito.
    Poucos seres têm o poder de transmitir uma catarse emocional, com o mínimo de sensibilidade que se precisa ter. O Frusciante é uma espécie em extinção, que não está para ser compreendido ou explicado. Está para ser sentido. E somente aqueles que estão para além de si mesmo terão capacidade de sentir sua arte na mais profunda dimensão.

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