Resenha: Harlem Shakes… e nós também
Artista: Harlem Shakes
Lançamento: 24/03/2009
Gravadora: Gigantic
Myspace: myspace.com/harlemshakes
Rockometro: 8
O filho cool da união de Bloc Party e Camera Obscura. Esse é o modo mais simples de descrever Harlem Shakes, grupo nova-iorquino formado por Lexy Benaim (vocal), Todd Goldstein (guitarra), Jose Soegaard (baixo), Kendrick Strautch (teclados) e Brent Katz (bateria) que lançou seu primeiro álbum em março deste ano – que pode ser conferido na íntegra no MySpace da banda.
Depois de 9 meses, finalmente tive a satisfação de conhecer Technicolor Health, um álbum que só pode ser definido como a personificação da aura criativa que emana do Brooklyn: é eclético, enérgico, divertido e colorido – literalmente, o que me fez abandonar o preconceito em relação a bandas cujos integrantes usam calças coloridas.
Essa explosão criativa é notada através das referências aos anos 80 com seus sintetizadores e das influências do britpop, do folk, da música africana característica de Vampire Weekend e, principalmente, do power pop.
Em “Nothing But Change Part II” somos apresentados ao espírito divertido do disco através dos sons iniciais que lembram os charmosos games vintage. Essa atmosfera lúdica é mantida em todo o álbum, mesmo nas mais contidas “TFO” e “Winter Waters”. Já em “Strictly Game” e “Unhurried Hearts”, é mais marcante as semelhanças com Strokes, Arctic Monkeys e demais bandas influenciadas pelo rock sessentista.
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“Strictly Game”
O ápice fica por conta de “Sunlight”, faixa com forte presença de sintetizadores que imprimem um ar dançante e enérgico, o que num universo paralelo – onde isso fosse possível a bandas alternativas – levaria a música ao patamar de hit.
As letras irônicas, os vocais impecáveis, os arranjos e a guitarra comportada deixam a peça mais redonda, mais correta. Entretanto é aí que está o problema do disco: tudo está tão correto e tão devidamente posicionado que acaba soando plástico e nos faz sentir falta de certa espontaneidade, que é muito mais presente no EP Burning Birthdays.
Ao final do disco fica a impressão de que mesmo sem a pretensão de atingir a perfeição, algumas mentes se esforçarão para nos surpreender da melhor maneira possível, embora às vezes pareça que se esforçam demais.