Resenha: Forgotten Boys @ BH Music Station 26/09/09
Parece absurdo tentar traçar uma relação entre Poe e o show do Forgotten Boys, porém no evento eles se encontraram, já que, antes da banda entrar no palco, o poeta mineiro Carlos Versiani fez uma interpretação (que ele teimava de chamar de performace) do poema “O Corvo” na tradução de Fernando Pessoa. Foi um momento divertido e completamente inesperado, e por isso mesmo interessante. Infelizmente poucas pessoas estavam presentes.
Fazendo um som protocolar, ainda que bem realizado, os boys não traziam nada de novo e tiveram enorme dificuldade de cativar o público, o que era claro ao fim de cada canção, seguida sempre de um silêncio quase sepulcral (exceção feita à mais famosa música do grupo, “Cumm On”, do disco “Gimme More… and More” que chegou perto de empolgar). Na verdade, à exceção de duas ou três pessoas, ninguém conhecia as músicas, o que atrapalha uma banda com show tão mediano.
A saída de Chuck, aliás, gerou uma crise de identidade na banda, que contratou um percussionista, logo descartado, e um tecladista. Quem conhece o som do Forgotten Boys sabe que ele emula, sem muita criatividade ou mesmo competência, bandas como MC5, Ramones e, sobretudo, Stooges. O rock cru a que se propõe até poderia convencer enquanto proposta, se não fosse tão desinteressante. Por isso a adição de Paulo Kishimoto nos teclados à banda parece ser bem vinda. Sempre que ele se destacava, como na música “Leaving/ Home On You”, injetava um fôlego novo no público.
Longe de ser um show ruim, a apresentação do Forgotten Boys foi regular, um show simplesmente esquecível, o que sempre é chato.
por Thiago Coffran