Álbum: Margins
Artista: Paul Smith
Lançamento: 11/10/2010
Selo: Billingham Records
Myspace: /paulsmithmusic
Rockometro: 4,0
Sabe aquela expressão que diz que quanto maior a altura maior é a queda?! Pois é! O sucesso conquistado e uma vez carregado por quem conquistou quando não levanta, derruba. Isso porque as expectativas sempre são altas pós sucesso mesmo quando a perspectiva é atingir novos horizontes. Quando atingido, as diferenças entre passado e presente são colocadas na mesa e logo as lembranças do sucesso anterior são acionadas automaticamente para atormentar esse novo momento.
Digamos que Paul Smith não suportou a pressão de seu próprio êxito junto ao Mäximo Park em seu álbum solo, Margins. Seguindo o que vem sendo a lógica, no descanso de uma banda o vocalista segue carreira sozinho, Paul procurou preencher o espaço deixado pela banda com um trabalho leviano ofuscado pela credibilidade que o cantor carrega merecidamente enquanto frontman do Mäximo Park. Sozinho…falta expressão!
Um voto de confiança deve ser dado pelo fator ousadia, ou decisão pessoal do cantor pra ser menos expressivo, por tentar seguir um rumo a margem da sua banda não sendo um mero sanguessuga tendo o grupo como utilitário ou abstraindo pouca substância dele. Porém Margins está aquém de qualquer disco que Paul ajudou a produzir no Mäximo Park. Embora o começo com ‘North Atlantic Drift’ e ‘The Crush and the Shatter’ sugiram uma aproximação entre o dito cujo e o conjunto, a realidade nada mais é que uma saída de emergência, com Paul Smith incrédulo tentando esboçar uma reação.
Sem estabelecer uma meta precisa, Paul Smith ás vezes tem lapsos e tenta retornar ao passado com ‘Strange Friction’ indeciso com sua instrospecção na calada de ‘While You’re In The Bath’. Dando pinta de que já percorreu uma considerável distância entre o antes e o depois ele tenta enraizar-se no ambiente acústico com ‘This Heat’, ‘I Drew You Sleeping’ e ‘Alone, I Would’ve Dropped’. Uma tentativa frustrada de modificar sua gênese, de tentar acalmar todo seu entusiasmo. Percebendo ou não que isso é quase um erro Paul Smith tentar relutar com ‘Dare Not Dive’ esbanjando um pouco mais da energia parkiana. Só é difícil não hibernar com violões fazendo cócegas no seus ouvidos na sequência. Ainda é preférivel ficar desperto com a euforia de antes.
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Clipe de “Your Lady of Lourdes“
Quem sabe se ele tivesse explorado mais a viela do post-punk que ‘Our Lady Of Lourdes’ revela o disco ficaria mais contundente e condizente consigo mesmo. Dentre as demais Paul Smith tropeça na própria vontade de dissipar qualquer vestígio que envolve seu labor no Mäximo Park. Um erro ou um acerto?! Talvez se ele não tivesse fugido tanto de si mesmo e buscado um certo refúgio de onde ele saiu, mesmo sendo redundante, Margins talvez penetrasse melhor em nossos ouvidos. Não é a toa que as melhores faixas são as que ele ainda respira um pouco do ar de outrora!
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