Álbum: Zii & Zie
Artista: Caetano Veloso
Gravadora: Universal
Lançamento: Abril de 2009
Site: www.caetanoveloso.com.br
Rockometro: 6,0
Eu não vim aqui fazer uma resenha sobre mais um álbum qualquer do rock mundial e nem criar intriga falando algo que os queridos leitores não irão gostar. Eu vim falar de Caetano Veloso.
Não é difícil encontrar entre meus vinis do The Police e A-Ha, um disco de Caetano Veloso. Um não, vários. Vários dele, de Maria Bethania e Chico Buarque. Mas do que adianta falar disso? Caetano está naquela famosa ‘síndrome do segundo disco’… Mas como assim? Zii & Zie, sucessor de Cé, de 2006, chegou às prateleiras nesta última quarta-feira, e também ao ouvido rocker desse blog.
Se o álbum anterior já era mediano, Zii & Zie já é chato, repetitivo. A história do rock fica um tanto camuflada na sonoridade samba-rock que doma a bolacha. Por um lado, me lembra bem o maravilhoso álbum do Kassin+2 – chamado Futurismo, de 2006 – por outro, se torna um tanto vazio, talvez pela forma de gravação, onde poucas vezes são utilizados outros instrumentistas além do trio ‘rocker’ que acompanha Caetano. Não que os músicos sejam ruins, mas uma formação assim é melhor utilizada numa apresentação ao vivo, e não num álbum.
O álbum ainda trás um ensaio de Caetano a volta ao seu estilo mais antigo, pois a vivência do baiano em terras cariocas está trazendo-o a um lado mais ‘samba com uma certa nostalgia’ agradável ao seu som. Atualmente, eu classificaria Caetano como um ‘híbrido’ do rock original mostrado em Cé, mais a influência carioca, samba e bossa-nova declarada que ouvimos em Zii & Zie. Tudo isso você vê em faixas como “Perdeu”, “Por quem?”, “Sem Cais” e muitas outras faixas da empreitada.
O rock começa tomar forma em “Lobão tem Razão”, a quarta faixa do álbum. Mas nem dá para se animar, a identidade indefinida de Caetano mostra a “A Cor Amarela”, música que elogia uma mulher em frente a praia, algo bem carioca, assim como “Falso Leblon” e “Lapa”. Depois vem a híper repetitiva “Base de Guantánamo”, a reclamação infinita de “Incompatibilidade de Gênios”, a vazia porém boa “Tarado” e o frevo-leve de “Menina da Ria”. Claro, a boa letra do sambão “Ingenuidade” e o bom final com “Diferentemente”, completam o disquinho ‘jovem’ do baiano.
O que tá errado não é o rock ou o samba, é a indefinição de Caetano com o que quer fazer de sua música. Se o seu rock é estiloso e original, então por que o álbum é apenas um samba-sujo sem justificativa? Ao contrário de Cé, essa bolacha não tem uma música que realmente atraia a audição, digo músicas realmente boas. É só um álbum indefinido que vai vender milhares de cópias e ficar encostado na sua estante, para depois você dizer que tem guardado na sua coleção junto com Maria Bethania, Chico Buarque, A-HA e The Police.
Essa foi a pior resenha que li na minha vida