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Resenha: Beirut – March of the Zapotec / Realpeople Holland (EP Duplo)

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Álbum: March of the Zapotec/Realpeople Holland

Artista: Beirut

Selo: Pompeii Records

Lançamento: 17/02/09

Myspace: www.myspace.com/beruit

Rockometro: 7,8

Em um excelente momento, vaza o novo disco de Zach Condon para o mundo. Como todos sabem, o Beirut se tornou a nova mania musical brasileira depois de ser o principal tema da micro-série Capitu, que foi ao ar mês passado na tv Globo. Assim que a banda estourou, nós do Rock in Press, fizemos uma entrevista exclusiva com Zach, e agora temos a honra de resenhar essa nova obra com a alcunha de Beirut. Da cultura celta ao eletrônico, March of the Zapotec / Realpeople Holland.

Esse é um ep duplo, a primeira parte se chama March of the Zapotec, e começa com a vinheta “El Zocalo”, que é bastante animada, e segue com o single “La Llorona” (“A Chorona” em português) que você pode assistir o clipe clicando aqui. Essa música é bela, lenta e prioriza o instrumental. Ato que é feito inclusive neste ep todo. Seguindo pela curta “My Wife” e seus trompetes e “The Akara”, densa e belíssima, só vemos Zach entrar com a voz quase aos 2 minutos de música, evidenciando assim o desejo de mostrar mais os instrumentais deste ep. “On a Bayonet” tem um lado mais triste e curto, serve quase que de entrada para “The Shrew”, a última faixa desse “lado” do disco, mostrando, de início, uma simplicidade instrumental envolta a voz de Zach, mas que para encerrar de maneira bela e dar um ar de banda marcial, utiliza um prato batendo forte e animação aumentando, até que tudo para e volta ao mesmo rítmo. Divertido!

O March of the Zapotec prioriza o instrumental, com 3 faixas cantadas e 3 instrumentais, isso se torna evidente. É um belo ep que soa ser mais voltado a um Zach descompromissado em fazer músicas mais comerciais ou pegajosas, como os hits “Elephant Gun” e “Nantes”. Em si soa como “b-sides de luxo”, mas com muita qualidade.

A maior graça desse ep duplo é exatamente o lado que é menos falado. Realpeople Holland começa com a dançante “My Night with the Prostitute From Marseille”. Como assim dançante? Zach investiu um lado eletrônico no Beirut que jamais imaginaríamos. Essa primeira faixa tem um belo refrão e em questão letra é viciante, muito boa, já havia vazado antes, pois fazia parte de uma coletânea beneficente. Em “My Wife, Lost in the Wild” define um estilo próprio que Zach criou para fazer seus hits eletrônicos. As paradas na música e a melodia vocal são as mesmas usadas no Beirut convencional, enquanto o instrumental da música segue um estilo próprio, totalmente diferente e inesperado. Em “Venice”, outra que já tinha vazado para o público, Zach prepara um som lento e inspirado. Chega a lembrar as melodias do jogo Donkey Kong 2, do Super Nintendo do seu irmão menor. A linha vocal é apaixonante. A quase psicodélica “The Concubine” e a dance instrumental “No Dice” encerram o “outro lado” do ep.

Realpeople Holland exibe mais uma faceta da genialidade de Zach Condon, fazendo um ep de música eletrônica sem perder a beleza que o Beirut abriga. De fato pode assustar um pouco os fãs mais “xiitas” da banda, mas os que tem cabeça aberta e sabem fletar com o experimentalismo, com certeza flertarão com essa obra avançada que Zach coloca nas lojas no meio de favereiro. E que venham ao Brasil!

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Músico multi-instrumentista, DJ, viajante, criador e editor-chefe do site RockinPress, colunista e curador convidado do Showlivre, ex-colunista do portal de vendas online Submarino e faz/fez matérias especiais para vários grandes meios culturais brasileiros, incluindo NME, SWU, Noize, Scream & Yell, youPIX e os maiores blogs musicais do país. É especializado em profissionalização de artistas independentes e divulgação de material através da agência Cultiva, sendo inclusive debatedor em mesas técnicas sobre o assunto na Universidade Federal Fluminense (RJ) e no Festival Transborda (MG).

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