Resenha: As Mãos da Victoria

Álbum: Hands

Artista: Little Boots

Lançamento: 08/06/2009

Gravadora: Atlantic

Myspace: myspace.com/littlebootsmusic

Rockometro: 7,5

Um novo hype sempre é acolhido com força pelas pistas de dança antenadas nas novidades. E não foi diferente com a belíssima Victoria Hesketh, mais conhecida pelo projeto Little Boots.

Os elementos que essa jovem londrina utiliza já são bem conhecidos do público, o que não deixa de ser um gostoso atrativo para a audição de Hands, o primeiro álbum da cantora totalmente banhado ao pop e eletrônico, repleto de músicas grudentas e dançantes – um prato cheio para as baladas de todo o mundo.

O início do álbum é matador. Como hits certos, “New In Town” (primeiro single), “Earthquake” e “Stuck On Repeat” conduzem o ouvinte as mais badaladas pistas de dança de Londres e Nova Iorque, num verdadeiro clima festivo levado, principalmente pela suave voz da cantora  e de  suas letras ‘colantes’. Demais. “Click” começa a mostrar uma outra vertente do álbum: Os excelentes arranjos musicais propostos. É muito interessante perceber o quanto à música eletrônica pode se tornar ilimitada – fato que definitivamente foi bem explorado nesse álbum.

Já “Remedy” nos remete diretamente ao último álbum da conterrânea do Little Boots, pois a impressão que temos é de que Lily Allen encarna na frente do microfone no refrão da música. Já “Ghosts” e “Mathematics” dão uma nova amostra da qualidade do arranjo montado pela loirinha, embalando momentos mais complexos nas músicas e detalhes que evocam os anos 80. Mas nada tão bom quando “Symmetry”, música em dueto com Phil Oakey, vocalista do clássico The Human League, e que figura como um das melhores do álbum.

A bonitinha “Tune Into My Heart” segue trazendo “Hearts Collide” e uma forte lembrança da banda Metric. Na verdade, não sei como não reparei antes a semelhança entre a inglesinha Victoria Hesketh e canadense Emily Himes – semelhanças musicais, claro. “No Brakes” é uma mistura de new wave com algum ritmo latino. São batidas tão bem trabalhadas que só perdem para a qualidade e criatividade sensacional de “Meddle (Tenori-on Piano Version)” e sua simplicidade espantosa. Melhor os The Ting Tings abrirem o olho! E a bolacha termina com “Magical”: a total síntese de tudo que escutamos nos últimos 40 minutos musicais e dançantes do álbum Hands, da Little Boots.

Mais do que o hype do momento, Little Boots parece despontar para o sucesso e a certeza de que seu talento ainda durará por mais alguns anos. Uma excelente surpresa para mim, que como todos sabem, não sou chegado à música eletrônica, e uma excelente surpresa para a música mundial, que cada dia está mais cheia de cabeças pensantes e ideias fenomenais.

por Marcos Xi