Resenha: “ACE”, da Huey
Com o nada modesto número de três guitarras, a Huey acerta em cheio ao não tentar emular nenhum tipo de influência pré-determinada. Pelo contrário, se arriscam por um caminho próprio e com muita personalidade. Logicamente, referências são não só percebidas como necessárias. Porém, nesse caso, mostram-se muito mais como um norte para uma produção consistente e de altíssima qualidade do que como muletas para falta de criatividade.
É por meio de arranjos envolventes, que prendem a atenção desde os primeiros acordes, que ACE se torna um disco acessível, capaz de agradar os mais diversos tipos de ouvinte e não apenas fãs de stoner, metal ou rock instrumental. A experiência sonora proposta pelo disco é interessante e dispensa qualquer linha vocal para ser prazerosa.
São em faixas como “Baby Monstro”, “Pedregulho” e a ótima “Valsa de Dois Toques” que a Huey demonstra que ainda há muito o que vir dessa banda, que ganhou espaço dois anos atrás com o single “Por Detrás De Los Ojos”. Isso para citar apenas três das sete músicas que integram o álbum de Dane El (Guitarra), Vina (Guitarra), Minoru (Guitarra), Vellozo (Baixo) e Rato (Bateria).
A arte da capa é outro elemento que merece destaque. O trabalho gráfico de Danilo Kato surpreende na riqueza de detalhes e é um belo cartão de visitas, além de demonstrar a preocupação da banda em entregar um trabalho de qualidade em todos os sentidos.
Em resumo, a Huey surge com um belo debute que merece atenção. Seja pela produção precisa e bem acabada, pelos irresistíveis riffs ou apenas pelo estrondo provocado por esses cinco músicos que fará sua caixa de som gritar.
Nota: 8,0