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Resenha: A Volta da Gangue dos 4

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Álbum: Content

Artista: Gang of Four

Lançamento: 24/01/2011

Selo: Grönland Records

Myspace: /gangoffour

Rockometro: 7

Seria difícil enumerar as várias bandas que o Gang of Four influenciou ao longo de sua conturbada trajetória. Mais que difícil, seria um grande desperdício do tempo do leitor começar a mencionar as mesmas coisas que todas as críticas que o divertido Content recebeu. O que importa se o guitarrista Andy Gill influenciou tanto o Chili Peppers, que chegou até mesmo a produzir o disco de estréia da banda? As informações sobre o passado e a forma como o Gang of Four moldou toda uma geração de bandas não importam tanto. O que interessa é saber o que que a banda tem para mostrar depois de uma pausa de 16 anos desde o último lançamento de inéditas.

Quando “reapareceram” em 2004, a banda foi logo reconhecida como a responsável por todo o movimento indie rock que explodia no mundo todo. Alex Kapranos e seus fãs tiveram o seu momento “Luke Skywalker, i`m your father” quando Jon King (vocalista), Andy Gill (guitarrista), Dave Allen (baixista) e Hugo Burnham (baterista) reataram e fizeram uma pequena tour, que chegou até a passar pelo Brasil. O Gang of Four podia até parecer um pouco deslocado e desatualizado, mas para quem tem verdadeiras porradas dançantes como “Damaged Goods” no repertório e um guitarrista com um swing infernal como Gill, não seria difícil recuperar o tempo perdido e mostrar o motivo de serem considerados os pais do indie rock.

Mais de cinco anos se passaram desde aqueles shows até o lançamento de Content. Com uma formação diferente (a cozinha agora é formada por Thomas McNeice e Mark Heaney, baixo e bateria respectivamente) os cinquentões ingleses se mostram em forma com 11 canções dançantes com aqueles três minutinhos sempre eficientes para agitar qualquer público. Apesar do destaque ficar por conta da guitarra quente de Andy Gill, os grooves da cozinha não deixam a desejar em momento algum. Com destaque especial para “You`ll Never Pay For the Farm” (que nos faz pensar se o Offspring também não foi uma das várias bandas influenciadas pelo quarteto) e “I Can See From Far Away”. Mas é até injusto querer dividir as atenções quando o guitarrista aparece tão inspirado e fazendo milhares de riffs pegajosas e que serviriam de base para composições de John Frusciante e Tom Morello, dois mestres no assunto de criar riffs. Basta ouvir “I Party All the Time” e entender de onde vinha toda aquela fúria funky dos primeiros discos do Chili Peppers.

Fácil de ouvir e gostar, Content é daqueles cd`s que funcionam para passar o tempo até surgir algo mais energético e animado: descartável como a maioria dos trabalhos indies atuais (The Suburbs do Arcade Fire e High Violet do The National são as raras exceções). Recheado de pérolas animadas como “Who Am I?” e “Do As I Say” (a voz lembrando o Iggy Pop é sensacional), o Gang of Four faz um disco que mantém o título de pais do indie rock e que se está longe de ser um clássico inesquecível, pelo menos não vai causar nenhum tipo de reação negativa junto aqueles que ainda não se converteram ao lado negro da força.

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