Resenha: A Jóia Mais Lapidada

Álbum: The Family Jewels

Artista: Marina and The Diamonds

Lançamento: 22/02/2010

Gravadora: 679 Recordings

Myspace: http://www.myspace.com/marinaandthediamonds

Rockometro: 9.4

Finalmente saiu a pedra preciosa que todos aguardavam ansiosamente desde o ano passado. Marina and The Diamonds é daquelas bombas que caem sobre o mundo da música e deixam todos paralisados. Pois é, ela é incrível e o seu CD era um dos mais aguardados para este ano. Depois de ouvir as maravilhosas “I Am Not A Robot”, “Mowgli’s Road” e “Obsessions” qualquer um ficaria ansioso por um álbum contendo mais coisas do tipo.

The Family Jewels e uma obra prima com melhor do indie pop misturado a um estilo muito pessoal que só a cantora sabe fazer. Com sua voz intensa e precisa a cantora envolve o ouvinte nos seus agudos espalhados por suas canções, que por sinal são muito bem distribuídas ao decorrer do álbum. O equilíbrio entre baladas e hits mais agitados é perfeito, e a alternância desses sons nos leva a ouvir o álbum repetidamente sem se cansar em nenhum instante.

A cantora não podia ter acertado mais na escolha de Hollywood” para divulgação do álbum, o hit tem uma pegada bem pop e abre novas portas de mercado para a cantora. A crítica incisiva da música ao “American Dream” e as “Prom Queens”, ao mesmo tempo em que ironiza realidades do mundo americano, deixa a cantora muito próxima a cantoras populares, que para alguns pode parecer ruim, mas que pode ser responsável pela alavancada decisiva na carreira da cantora.

Mas nem só de Pop é feito o álbum, na primeira música a cantora já estréia com uma bateria mais agitada e algum experimentalismo em “Are You Satisfied?”, onde de cara já manda um recado a todas as pessoas que se não acreditaram em seu sonho, e que a pressionavam a levar uma vida normal.

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O CD é feito com muita marca pessoal exatamente por causa desses desabafos da cantora em suas músicas, que encontramos também em “The Outsider” e “Oh No!”, onde a cantora faz questão de se destacar dos outros e mostrar que sua mensagem tem a total intenção de fazer a diferença no mundo a sua volta, nos levando a uma reflexão acompanhada de refrões maravilhosos e cheios de sintetizadores, feitos para grudar nas nossas cabeças.

“Girls” é de longe uma das melhores músicas do álbum. Com a crítica mais aberta do álbum, a cantora fala do contraste da sua personalidade com a da maioria das garotas e suas frescuras. Mas para parecer menos clichê, tudo isso é regado a uma batida verdadeiramente empolgante, um back vocal bem presente e efeitos sonoros bem divertidos no decorrer da música.

As lentas “Hermit The Frog” e “Rootless” são igualmente boas e falam de desilusões e expectativas sobre o amor. Porém, não tem como não dizer que quando a voz da cantora se sobressai muito à melodia, as músicas ficam muito parecidas a um “tal” álbum lançado ano passado chamado Lungs, com o qual todos evitam comparações.

O álbum é fechado com maestria pela inigualável “Numb” (a música mais profunda e emotiva do álbum) e “Guilty” onde num clima bem leve e de despedida, a cantora se considera culpada por todos seus devaneios e toda a sua obra artística. As já conhecidas “Obsessions”, “Shampain” e “Mowgli’s Road” dão o tom do álbum, e revelam a face louca, excêntrica e por muitas vezes bêbada da artista que afirma não saber quem é e nem para onde vai. E a mais que perfeita “I Am Not A Robot”, prova toda a delicadeza e intensidade da cantora, mostra por que a cantora foi 2º lugar na lista da BBC de promessas para 2010 e porque ela merece o título de melhor álbum de 2010 até agora.