Talvez como uma forma de se desculpar com o público, depois de algumas reclamações a mais, a organização do 53HC conseguir fazer com que os shows do terceiro e penúltimo dia de evento terminassem antes das 6 da manhã. Na platéia, uma mistura bem improvável da turma do hardcore com a do rockabilly. Bem, a noite tinha tudo para ser histórica. Com Devotos completando seus 20 anos de existência, e Ratos de Porão já com seus 28 aninhos…
Diabatz, Henry Paul Trio e Big Nitrons (não necessariamente nesta ordem, mas sim, afirmo que foram as primeiras). Os organizadores não fizeram feio na escolha das bandas, dando ao público o bom e velho rockabilly e suas variações à vontade. Apesar da qualidade do som não estar lá essas coisas, os shows estavam animados e exigiam que as pessoas se mexessem.
A banda Diabatz, do Paraná, faz uma música de qualidade, animada e muito empolgante. Tudo isso comandada por 3 mulheres! Depois deste show, depois desta banda, acho que todos os machões de plantão que estavam presentes deixaram por lá mesmo o preconceito que tinham com mulheres fazendo rock. A baixista da banda conseguiu ser simplesmente comentada na noite mais do que qualquer outro músico, ou show. Realmente, é de se surpreender.
Logo após esta dose cavalar do estilinho clássico e frenético de rock que é o rockabilly, sobe ao palco, assim, bem rápido e sem cerimônias, a banda que marcou a vida de qualquer jovem que goste ou já tenha gostado de hardcore. A banda Devotos entrou no palco na humildade, sem gracinhas, já tocando e botando pra quebrar. Cannibal, comandante do microfone, tocou e cantou meio escondido, de lado, na beirada. A banda foi um pouco prejudicada: o som estava bem ruim e o tempo de show foi curto. Mas fizeram o que sabiam, enquanto o mosh corria solto.
Cannibal do Devotos
O final do show foi decepcionante. A banda não atendeu aos pedidos de “mais um” e simplesmente se despediu. Claro, valeu muito à pena ouvir as clássicas, como “Alto Zé do Pinho” e “Luz da Salvação”, mas, sinceramente, eu – e todos os fãs – esperávamos mais espaço pra banda.
Em seguida sobe ao palco a banda DFC, hardcore de verdade e pra quem gosta. Nesta hora, já havia me distanciado do palco, já que, além de não conhecer a banda, o que ouvi no começo não chegou a agradou. É mais uma das bandas da noite que está aniversariando, completando seus 15 anos. Com muito protesto e som agressivo, logicamente.
DFC
E no final, a atração principal e mais aguardada da noite – para alguns -, Ratos de Porão. Entretanto, já estava me despedindo do lugar. Nem é preciso dizer que o Lapa Multishow se transformou num caldeirão e ferveu ao som poderoso da banda punk: João Gordo, mosh, bebida, lotação máxima. O resultado da mistura é evidente. Quem aprecia este tipo de música, gostou; quem não gosta muito, fugiu para não ser engolido por nenhum buraco negro – vulgo mosh.
“Faremos com que você nunca esqueça!” Ok, Devotos, promessa cumprida!
Por Thaynara Faleiro
[…] 17, 24 e 30/10/2009: 53HC@Lapa Multishow, Belo Horizonte-MG. [Leia Aqui: 1ºDia, 2ºDia, 3ºDia e 4ºDia] Festival criado pela marca de roupas de mesmo nome, procura trazer a diversidade e banda […]