Já dizia os Titãs, “a gente quer comida, diversão e arte”. E dentro da proposta editorial brazuca do RockinPress, cabe muito bem valorizar quem dá destaque ao cenário musical nacional, seja nos palcos, seja na tv ou seja na internet. Por isso que dedicamos este espaço para falar da Trilha Sonora não de um filme, mas sim de uma Web Série, uma das mais valorizadas, alias: A Vida \o/ de Lucas Batista.
Na trama, Lucas, um desajeitado jovem médio paulista sofre por amor por uma bela companheira de trabalho, vive dificuldade no emprego, com a atual namorada e com amigos. Até aí, não há novidade, mas o mergulho na cultura nerd e o formato propício para a internet (episódios curtos, conversa direta com a câmera, como em Vlogs, trama que rola de dentro de uma startup e a trilha sonora antenada com o cenário anternativo do público que dialoga) trazem uma diferenciação para o seriado, que acaba de lançar sua trama de número 1.5 (tem coisa mais nerd que isso?).
Entre canções gratuitas de catálogo baixável ou domínio público reinam com perfeição as faixas brasileiras. Se logo no início do primeiro episódio a doçura da baiana nana aparece com duas faixas, durante a temporada um show inteiro da galera do Fingerfingerrr aparece na trama, passando ainda pelo folk emocional do Phillip Nutt e do Naked Planes and Aeroplanes, mega banda formada por integrantes do Esperanza e Lemoskine. Já na temporada de transição, a 1.5, o trabalho de Rosanne Machado tanto com a já falecida Rosie and Me e com seu futuro projeto, Rosie Mankato, aparecem com maior volume, dividindo espaço com Nino & The Otter na zona folk e Club America e Tagore na parte mais animada.
Catharina Strobel e Leonardo Hwan, diretores e roteiristas da série, explicam a escolha do cenário independente para o fundo da série: “Então. Primeiro (devo confessar) foi uma questão de orçamento. A gente, por ser uma produção 100% independente, não tinha verba pra contratar um trilheiro, que era a nossa intenção inicial“, antes de completar: “Com certeza tem gente aí com músicas bacanas, querendo crescer, e que não têm muitas opções de visibilidade “fora da caixa” e se isso é verdade, faz mais sentido ainda procurarmos essas bandas aqui no Brasil“, provando que a realidade do independente, seja na música ou no cinema, é complicada, mas com a possibilidade de escalarem juntos as dificuldades.
A playlist acima trás um pouco da mistura musical que a série proporciona, com um ar bem jovem e atualizado, além de ser um bom reflexo de bandas promissoras do cenário. A série, em temporada anual guiada pela produtora Strada Filmes e divulgada pelo canal do Omelete no Youtube acaba tendo o papel de entreter e divulgar, já que bom gosto nesta trilha e multiplicidade musical não falta. Abaixo as duas temporadas e acima uma bela playlist com a trilha sonora da web série, para quem gosta de passear com tranquilidade entre o folk e uma música dançante sem achar estranho.
