A nova cena dream pop brasileira em uma coletânea. Ouça e baixe Oneiros.

Não podemos ignorar. A cada dia, nasce um projeto formado por compositores de quartinho, todos cheios de novas modernidades tecnológicas e acessíveis que ajudam a criar melodias fáceis e a disponibilizá-las na internet por preços simbólicos.

Há algo acontecendo exatamente agora no país. Enquanto Silva, Mahmundi e nana despontam por si só, mais e mais artistas nascem e crescem pelas beiradas musicais sonoras da internet, trazendo mais corpo e sentimento dentro de uma vertente que, religiosamente, seria eletrônica, robótica. São músicas de verne pop com tangente ao lúdico e a conceitos darkness subentendidos, todas sempre baseadas em sintetizadores e batidas eletrônicas, com poucos elementos acústicos, permeados por uma voz envolvente. Por isso, sugerimos este nome: Oneiros. Na mitologia grega, ele é o deus dos sonhos e, por vezes, é visto com asas negras, fazendo um flerte direto com o conteúdo das músicas de nossos artistas, em uma rara definição direta de seu conteúdo.

Talvez haja um exagero em definir este momento atual da música como cena, mas podemos indicar uma tendência maiúscula de vários artistas a uma direção parecida. A concentração direta dentro de cenários tão próximos como o carioca (que já antecipamos na coletânea Sinthzão Carioca) e o surpreendente nicho capixaba – onde os próprios artistas não conseguem se apresentar na cidade e são mais conhecidos em outros estados e países – ocasionam uma troca de contatos frequente, como SILVA trabalhando diretamente com artistas do Rio de Janeiro ou o We Are Pirates passando quase como desconhecido pelo próprio estado.

Apesar do maior destaque no novo eixo musical eletrônico brasileiro (Rio x Espírito Santo), surpreendentemente, o Nordeste se posiciona à frente no quesito organização, união e distribuição dentro desta tendência. Em Fortaleza, por exemplo, um selo especializado chamado SIC Music tem como foco principal os artistas da região, elaborando mixtapes variadas e disponibilizando-as para download gratuito em sua página oficial do Facebook.

Mesmo com apoio tímido da mídia independente, ainda há problemas de apresentações e formatos de shows destes artistas, com casas que não comportam ou entendem a estrutura usada, tendo outras servindo apenas como ponto de encontro, como a Comuna no Rio. Ainda assim, as mentes ansiosas dos compositores parecem não se importar tanto com o vazio da agenda de shows ou com o quarto bagunçado, repleto de cabos e instrumentos diferentes. Talvez por isso esses são nossos deuses dos sonhos, nossos criadores de Dream Pop.

O RockinPress lança Oneiros e te convida a dar um passeio para entender a ascensão da novíssima cena dreampop e chillwave brasileira.