O Disco Solo Da Banda: Pipo Pegoraro – Taxi Imã

Álbum: Taxi Imã

Artista: Pipo Pegoraro

Lançamento: 13 de novembro de 2011

Selo: YB Music

Baixe: amusicoteca.com.br/?p=132

Rockometro: 9

A cena musical paulista é uma das mais unidas e também das mais surpreendentes. Um dos filhos deste movimento é Pipo Pegoraro. O músico mistura o afrobeat com a sua brasilidade, formando um som gostoso e admirável. É um groove próprio, capitaneado por um compositor dedicado e bem acompanhado, incluindo a luxuosa produção de Bruno Morais (em dupla com Pipo) e participações especiais de Luisa Maita e do Bixiga 70 (banda formada durante a gravação do álbum).

A realidade é que Taxi Imã é o segundo álbum de Pipo Pegoraro e mostra o visível amadurecimento do seu trabalho. É interessante citar também o longo período de composição e amadurecimento da banda para o álbum (entre junho de 2010 a junho de 2011) e forma orgânica como o disco foi gravado, com takes completamente ao vivo de toda a banda, causando uma fácil familiarização com o disco e deixando-o ainda mais fácil de escutar.

Aos primeiros acordes da convidativa guitarra de “Taxi Imã” até a doce voz de Pipo entrar na canção você já entende que a tônica do álbum é exatamente ‘conquistar pela beleza’. É uma sedução maculada no sentimento. O coro feminino formado por Blubell, Mairah Rocha, Kika Carvalho e Silvia Tape serve para complementar o momento e também está presente na grande faixa do álbum, “Ouro Bondali”. Esta descreve perfeitamente o abrasileiramento do afrobeat e a adoção de Pipo pelo estilo.

Maurício Fleury fez a melhor cama possível para que com seu piano elétrico e Glokenspiel, Luiza Maita nos abençoe com a leveza apaixonante de “Samambaia”. Aqui, como na instrumental “Graveto” ou qualquer outra canção do álbum, somos levados a acreditar que o disco se sobrepõe a questão de um trabalho solo e soa como um coletivo musical refinado, ou seja: como uma verdadeira banda unida por um som em comum.

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“Ouro Bondali”

Pontual, as dez faixas de Taxi Imã são uma verdadeira volta às origens africanas que existem em nós, tanto em letra quanto em arranjo, arrancando sempre um sorriso ao fim das canções. É possível pinçar momentos de beleza variados no registro, desde o arranjo inebriante de “Arapuê” até a simplicidade de “Radinho”, mas sempre haverá um instrumento novo na música que você não havia ouvido antes, tamanho o detalhismo da obra.

Deixe a doce voz de Pipo e o instrumental surpreendente do Bixiga 70 te levar pelas paisagens sonoras que o disco proporciona. É uma passagem única para apenas 49 minutos de música sincera e bela por natureza. E está é, sem dúvidas, a melhor explicação para sua posição entre os melhores discos de 2011, ou você vai me dizer que não terminou o álbum cantando e batendo palmas como em “Rastro”?