Quando o groove é o objetivo e o caminho é uma trilha aberta para as mais diversas fusões musicais, o resultado deve ser semelhante ao que a Nômade Orquestra apresenta em seu disco de estreia. Nesse caso, é inútil citar as inúmeras fontes em que a banda bebe. Seria um crime limitar esse trabalho aos nomes de referências e influências.
Composta por 10 músicos e um VJ, essa big band formada no ABC paulista tem como ponto forte a pluralidade de bagagens de seus integrantes. As músicas soam naturais e os arranjos surpreendem com viradas rítmicas e samples muito bem acertados, como na faixa “Sonhos de Tokyo”, que conta com uma intervenção de ninguém menos que Elis Regina.
Ouvir o disco é uma rica experiência de contato com um som de personalidade, criado por um grupo que soube encontrar uma formula de agregar as muitas visões individuais de forma coesa e criativa. Cada um contribuiu um pouco e as músicas foram concebidas nessa troca coletiva, fruto da convivência e confiança dos integrantes.
Porém, é em cima do palco que essa capacidade criadora da Nômade Orquestra ganha proporções maiores e impactantes. Ao vivo, a competência dos músicos dentro dos improvisos amplifica as já infinitas possibilidades dentro das composições. A viagem fica completa com as projeções do artista plástico Danilo Oliveira.
Produzido por Maurício Fleury e Cris Scabello (Bixiga 70), o disco foi lançado no final do ano passado em formato digital e está disponível para download e streaming no site oficial da banda. Uma versão física deve ser lançada em breve.
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