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Matéria: Gravadoras e seus Cds

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Hoje em dia, com o advento da internet e o mp3, os disquinhos que nós brasileiros pagávamos a bagatela de 40 reais para escutar 30 minutos de música, agora se gasta 10 minutos e se tem a mesma qualidade e sem pagar nada.
É, estamos na era da internet, eu e você baixamos cds. Mas a partir disso, o que as gravadoras irão fazer para suprir esse defit em sua receita?

Cds? Você compra?

A cada ano, a venda de cds cai em média 10% em comparação a mesma semana do ano anterior, porem algumas grandes gravadoras ainda mantem o velho formato e o jeito de produzir seus artistas, apostando que essa forma de comercialização de música é infinita. Na certa, essas gravadoras são detentoras dos fonogramas originais das músicas de seus artistas (já previstas em contrato) e se sustentam de direitos autorais e aparições dessas músicas em novelas e comerciais. Mas até quando isso vai durar? Afinal, o artista irá continuar ser ter seu o direito sobre sua própria música?

Diversos artistas já migram em regresso ao Independente e mantem o direito sobre sua própria música. As gravadoras perdem uma renda e o valor dos artistas passa a ser mais importante. Mas ao contra-ponto do que já acontece, porque ao invés das gravadoras brigarem contra a internet e sua democracia, porque não se juntam a ela?

Meu querido leitor, músico ou internauta, me diga se a atitude da Trama Virtual de por o cd de seus artistas na internet antes das lojas não é de bem comum a todos? Com o download remunerado, patrocinado e de total satisfação dos internautas, porque um formato semelhante não é usado por outras Majors (grandes gravadoras) do Brasil?

Amigos, o artista hoje em dia ganha por shows, isso que realmente dá dinheiro a ele. Então com o download livre, existem outros meios de se conseguir a renda desejada e ainda aguçar o faro dos ouvintes a procurarem o cd nas lojas em seu formato físico. Artistas como nossa querida Mallu Magalhães, conseguem chegar ao cúmulo de não entrar em nenhuma gravadora e ter toda a força que tem, mesmo sendo sondada por muitas delas. O Vanguart, assinou recentemente com uma Major brasileira e agora só vê a divulgação começar, mas e os cds? Vão vender? Ainda mais de uma banda vinda da internet?

A banda cuiabana Vanguart acaba de assinar com uma Major


As gravadoras além de liberar o download, poderiam negociar com selos, que detem bandas novas e não os meios velhos e momentâneos musicais que atualmente cultuam o mercado radiofônico brasileiro, distribuir os cds de bandas novas e que já fazem um certo sucesso na cena independente e assim conseguir a divulgação do trabalho do artista, menos gastos com grandes bandas que pouco fazem atualmente e a venda de cds que eles tanto querem.

No Brasil, não existe a cultura do “vazamento de cd”, porém os que saem com antecedência causam um tremendo “frizzon” a quem está ligado na grande rede, caso registrado com a própria Mallu, Nove Mil Anjos e Jota Quest. Com isso, só aumenta a procura, e eu ainda pergunto porque as gravadoras não se atentam a isso. A cena independente, com a internet, só se torna maior e mais abrangente, trazendo muito mais qualidade e bandas, com essa distribuição por parte das gravadoras, seria boa a todas as partes.

Enfim, o caminho que temos em nosso mercado musical é de total tendência ao formato do mp3 e audições via internet, divulgação e cada vez mais aparecimento de bandas em sites como o myspace e novidades de idéias. Se as gravadoras não saírem do seu lado parado e brigão, acabarão perdendo para o independente e seu meio de distribuição democrática chamado Internet.

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Músico multi-instrumentista, DJ, viajante, criador e editor-chefe do site RockinPress, colunista e curador convidado do Showlivre, ex-colunista do portal de vendas online Submarino e faz/fez matérias especiais para vários grandes meios culturais brasileiros, incluindo NME, SWU, Noize, Scream & Yell, youPIX e os maiores blogs musicais do país. É especializado em profissionalização de artistas independentes e divulgação de material através da agência Cultiva, sendo inclusive debatedor em mesas técnicas sobre o assunto na Universidade Federal Fluminense (RJ) e no Festival Transborda (MG).

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