As 10 Maiores Decepções da Música Brasileira em 2015
É óbvio que esta lista das 10 Maiores Decepções da Música Brasileira em 2015 não é a dos ‘piores discos’. Há uma distancia impressionante entre o pior e o decepcionante. Os trabalhos aqui listados são, na verdade, a prova de que a expectativa é um grande problema na continuidade de um trabalho.
Não existe ordem de ‘o mais decepcionante’ e por isso os discos estão enfileirados em ordem alfabética. Tentamos enumerar aqui discos que sejam decepção para nós do RockinPress e do Brasileiríssimos, ao mesmo tempo que buscamos entender os problemas que levaram a essa decepção através da opinião de outros meios especializados.
As 10 Maiores Decepções da Música Brasileira em 2015
BNegão & Seletores de Frequência – Transmutação
“Depois de lançar álbuns sensacionais como Enxugando o Gelo (2003) e Sintoniza Lá (2013) é normal nivelar o trabalho de BNegão e sua banda por alto. E é justamente por esperar apenas alto nível vindo deles que seu novo trabalho, Transmutação, termina soando um tanto decepcionante. (…) Tentando traçar novos caminhos, alguns funcionam e outros não, gerando no fim um sentimento de decepção. Não se trata de um álbum ruim, mas sim, fraco comparado ao grandioso level que ja foi visto o grupo atingir”.
Leia a matéria completa no Plano Crítico.
Esperanza – Z
“O trabalho não se arrisca além do indie rock mais localizado para cá dos anos 2000 e de receitas já testadas por Paralamas do Sucesso ou Skank. O resultado soa menos como uma celebração reverente do que como tiros certeiros para todos os lados. Não é a falta de uma assinatura mais genuína, no entanto, o que fragiliza o trabalho. O problema são as letras intencionalmente criadas para não dizer quase nada. Tudo acaba embalando um discurso conscientemente alienado e minado por clichês”.
Leia a crítica completa na Gazeta do Povo.
Helio Flanders – Uma Temporada Fora de Mim
“Não é, contudo, um álbum que desça facilmente. As canções são construídas sobre melodias pouco convencionais e, com exceção da balada “Romeo” (parceria com Thiago Pethit), necessitam de uma audição mais apurada para serem assimiladas pelo ouvinte médio”.
Leia o texto completo no Infonet.
Karina Buhr – Selvática
“Selvática é um livro com um grande poder de persuasão, uma mensagem bem clara e forte a uma sociedade machista e individualista, porém o disco falha ao avaliar o seu conjunto da obra. Não são só de letras e discursos que vivem um trabalho e nesta versão de Karina pouco se pode realmente prender. Com o tempo, vai ficando mais claro que o brilho da cantora está em suas palavras e em suas apresentações, principalmente.”
Macaco Bong – Macumba Afrocimética
““#tapanapantera” traz aqueles riffs fortes de guitarra que tanto marcaram o disco Artista Igual Pedreiro (2008), mas poucos segundos bastam para que o ouvinte perceba um incômodo: a produção caseira prejudicou a amplificação do som. (…) Não, o disco Macumba Afrocimética não merecia tratamento lo-fi. Os timbres que Bruno Kayapy buscam em sua guitarra lembram remotamente algo de Fred Frith, com uma levada estranha de surf-music. Quanto mais límpida essa musicalidade, melhor para que os ouvintes percebam sua riqueza”.
Leia a resenha completa no Na Mira do Groove.
Pélico – Euforia
“A caída no samba soou meio artificial pela distância do gênero com o universo musical do artista. (…) É a indecisão de Pélico entre uma extroversão pop radiofônica e uma introversão melancólica típica da cena cool que dá o tom do universo indie brasileiro. (…) Enfim, em mercado fonográfico cada vez mais segmentado e estruturado em nichos, Euforia aponta para Pélico caminhos nem sempre convergentes. É CD que parece ter vindo para confundir”.
Leia a opinião completa no Blog Notas Musicais.
Silva – Júpiter
“Uma colisão de referências assertiva, íntima dos últimos registros do cantor, porém, exaustiva dentro estrutura monotemática que também abastece as irmãs Sufoco, Feliz e Ponto, além da faixa-título. São quase 15 minutos em que Silva parece andar em círculos, se alimentando de uma mesma fórmula criativa. Falta novidade. Prova disso ecoa logo na homônima faixa de abertura do disco. Em um jogo fechado de batidas, guitarras e sintetizadores, o cantor passeia pelo cosmos e diferentes cidades – “Paris, Madrid, São Francisco” – em busca de um metafórico refúgio romântico. Nada que Frank Ocean, inspiração confessa do músico capixaba, já não tenha apresentado em Lost, do disco Channel, Orange (2012). Da forma como os versos se encaixam ao ato final da canção, tudo soa como uma reciclagem do material originalmente apresentado pelo artista norte-americano”.
Leia a versão completa no Miojo Indie.
Tiago Iorc – Troco Likes
“Mas o desenrolar das dez novas canções mostra um artista menos indignado e mais plácido, que parece acomodado por trás de um discurso de beleza quase fugaz, ironicamente afinado às próprias críticas sobre a superficialidade que se propõe a discutir. (…) Em suma, “Troco Likes” passa a impressão de soar como um tiro pela culatra. A ilustração da capa, feita pelo artista Nestor Canavarro, na qual Tiago Iorc aparece com dois pregadores de roupa levantando seu sorriso à força, foi criada como uma ironia destilada a terceiros, mas que parece ter caído confortavelmente no próprio colo do músico”.
Leia o artigo completo no O Tempo.
Vivendo do Ócio – Selva Mundo
“Falta ao Vivendo do Ócio o choque do perrengue que dizem ter passado para chegar aonde chegaram. Carece aquela sensação de ter passado pelas situações impostas, para transmitir com certa fidedignidade. (…) Não é preciso entregar uma obra experimental/vanguardista para se desenvolver melhor. Pegada musical, bom lembrar, é diferente de criatividade musical. Para muitos grupos, é uma armadilha estarrecedora que pode chegar ao vício. O que falta é empregar com mais intensidade o verbo transformado em gerúndio no nome da banda”.
Leia o texto completo no Na Mira do Groove.
Wado – 1977
“Wado parece se expor, como nunca antes feito de forma tão explícita em uma capa sua, como quem diz “Estou pronto: tenho mais experiência e mais vivência para que me notem.” O simbolismo é uma interpretação minha, mas a margem aberta para isso foi causada pela falta de algo que chamasse realmente a atenção nas 10 faixas de 1977 que não fosse consequência dessa sequência de provocações ao universo pop e suas “regras”. (…) Do que sobra dos curtos 27 minutos de duração do álbum não há nada imperdível ou tão agradável como antes já fez Wado. Ou ele ou eu ficamos muito afetados com toda a questão que vem por trás de sua música, mas a arte é isso – e a forma como ela nos atinge é extremamente pessoal. Como questionar sua qualidade de outra forma que não com nossas experiências é pergunta para qual dispenso respostas”.
Leia a edição completa no Move That Jukebox.