A juventude perdida do grupo gaúcho Catavento
Nota: 7,5
Selo: Noia/Honey Bomb Records
Estruturado por batidas preguiçosas do grunge, a leveza do psyco-rock, rockbilly e outras demais inspirações, o grupo Catavento (grafia: C∆t∆v∑n7ø) de Caxias do Sul (RS) é mais uma surpresa que surfa em ondas lisérgicas e nostálgicas.
Com letras em inglês que ora parecem pertencer ao diário de um adolescente e seus questionamentos sobre assuntos como certo e errado e os planos de vida e em outras permeando a cabeça de uma criança, o disco de nove faixas é uma experiência nada repetitiva, mas sem uma identidade formada.
Talvez para alguns, a diversidade pode ser interessante, e uma circulação por várias sonoridades pode parecer rica, e ver que os membros se importaram em não se resumir a onda lisérgica que vem sendo pontuada por bandas como Tame Impala, Temples, Pond e Animal Collective parece ser ainda mais legal.
Mas a falta de um norte levou a banda em um caminho de referências sonoras soltas; o trabalho não revela uma assinatura, apesar da qualidade na construção. “Lost Youth Against The Rust” revela boas faixas, mas em ordem randômica e sem sinergia.
Referências como Nirvana, Mudhoney, Pixies e até mesmo o barulho do Sonic Youth ficaram óbvias em um álbum que passa por várias vertente e não se posiciona.
Soar como o velho-novo é tentador, mas se perder entre essas referências é um erro bem comum em discos de estreia. Catavento é interessante na circunstância atual e mesmo sem ‘um conceito’ fechado, tem talento de sobra nas cordas e um vocalista no mínimo genioso.