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Just a Fest: Los Hermanos e Kraftwerk

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Eu não sei o que o DJ estava na cabeça quando sua discotecagem antecedia os shows, mas eu não aguentava mais ouvir aquelas músicas bizarras e gostaria de ter o prazer de ver o primeiro show do Los Hermanos na minha vida. É, acabou que foram os dois primeiros…

Para mim, essa apresentação hermana representou uma única coisa: Decepcionante. Não senti a força que a banda está acostumada a passar, ainda mais em sua terra, o Rio. Já em São Paulo, o quarteto parecia mais animado e feliz, usando brincadeiras que a banda fazia em suas músicas e não utilizaram na tímida apresentação carioca.

Mas vamos lá, vai me dizer que não foi bonito começar com a banda toda, incluindo os músicos de apoio, na música de encerramento de tudo, “Todo o Carnaval Tem Seu Fim”? Vai me dizer que não foi ótimo ouvir os clássicos “Último Romance”, “Além do que se vê”, “O Vento” e todas aquelas músicas que todos já haviam ouvido ao vivo e só eu que não? É, foi, mas eu, que esperava derramar 5 litros de lágrimas, sai de lá mordido com a fraca apresentação no Rio e um tanto irritado com a força que a banda se mostrou na frente das câmeras da Multishow, em São Paulo. Mas vá lá…

O público cativo estava lá, marcando presença e fazendo seu barulho. Cantando, dançando e chorando. A menina Gabi, já citada num post mais em baixo, já entrou na Chácara do Jóckey chorando de emoção. Outra pessoa citada, a uruguaia Clara, também gostou muito do som dos Hermanos, e com isso cativando mais os fãs da refinada banda (?). Agora, o que teremos deles daqui para frente é que é o grande mistério da humanidade…

Já isso eu não digo do Krafwerk. O futuro deles é o mesmo do passado. Se vocês gostaram do show, procurem o DVD Minimun Maximum, de 2004, do quarteto alemão. É exatamente o que você assistiu no Rio e em São Paulo, as mesma imagens, as mesmas montagens, as mesmas músicas e tudo. O que não quer dizer que cansa. É simplesmente surpreendente.

Os pais do eletrônico não estão de pé até hoje por acaso. Esse show é um apanhado de músicas e álbuns que já batem seus 30 e muitos anos, mostrando a nata do grupo. Kraftwerk é, como nosso amigo Decotignies definiu, “Uma droga viciante”. Sim, vicia. Acredita que eu lembrei mais do show do Kraftwerk e das músicas do que do Radiohead? Tem como não sair de lá com a letra de “The Man-Machine” na cabeça? ‘Man Machine/ Semi-Human / Begin/ Man/ Machine Machine Machine Machine Machine Machine Machine Maaaaachine / MACHINE’. Aquela batida de “Tour de France”, A voz abafada de “Aero Dinamik” e a não-letra, cantada muda (?) de “Computer World”, onde um efeito faz um som que lembra as palavras, mas você só sabe que é aquilo lendo a gigante letra mostrada no telão.

Falando em telão, a banda funciona totalmente a base dos telões. Mesmo suas imagens terem 30 anos de existência, o show é belo só por causa do que o telão mostra. Imagens viciantes que alternam cenas com letras das músicas. Mesmo parecendo ser feito para um video-game Atari, as imagens são muito interessantes, umas lá e outras cá que são mais chatas, mas muito interessantes. O melhor comentário que eu ouvi é: “Eu paguei para ver a banda tocar playback e ainda colocar um boneco para representar”… É o fato dos “robôs” que se posicionam na ótima “The Robots”, tomando lugar do Kraftwerk. A apresentação termina com “Music Non Stop” e os alemães vestidos de preto com listras fluorescentes. Onde está o preto e branco indie?

Sem dúvida, o Kraftwerk surpreendeu muita gente e arrancou muitas palmas e sorrisos. Não é pouca a história deles e ainda a influência de bandas como o Radiohead. Influência que escutamos fácil em faixas de álbuns como o Amneasic e Kid A. Acho que o fato de eu conhecer um tanto já o grupo, mesmo tendo escutado pela primeira vez sexta, e outras pessoas terem procurado bastante, dá como trabalho muito bem feito dos Alemães que roubaram a apagada cena dos Los Hermanos.

Los Hermanos

Kraftwerk

Todo Carnaval tem seu fim
Segundo andar
O vento
Além do que se vê
Condicional
Morena
Cadê teu Suin
A outra
Cara estranho
Deixa o verão
Assim será
Cher Antoine
O vencedor
Retrato para Iá- Iá
Casa pré-fabricada
Último romance
Sentimental
A flor
ManMachine
Planet of Visions
Numbers
ComputerWorld
TDF03 – L’Etape 2 (Tour de France)
Autobahn
The Model (ComputerLove)
Les Mannequins
Radioactivity
Tee
Robots
Aerodynamik
Musique Non Stop

por Marcos Xi

*fotos por Dário Oliva/G1
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Músico multi-instrumentista, DJ, viajante, criador e editor-chefe do site RockinPress, colunista e curador convidado do Showlivre, ex-colunista do portal de vendas online Submarino e faz/fez matérias especiais para vários grandes meios culturais brasileiros, incluindo NME, SWU, Noize, Scream & Yell, youPIX e os maiores blogs musicais do país. É especializado em profissionalização de artistas independentes e divulgação de material através da agência Cultiva, sendo inclusive debatedor em mesas técnicas sobre o assunto na Universidade Federal Fluminense (RJ) e no Festival Transborda (MG).

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