Grrrrl Power: 12 bandas que mostram o poder feminino
Arte: Diego Max
O que define uma cena? Quando falamos em música temos os estilos na cabeça e, por vezes, limitando-a de forma grosseira.
O intuito do RockInPress é mostrar o que há de melhor. Então fugimos desse julgamento e partimos para a atuação delas em palco: sim, elas, pois são as mulheres que comandaram 2013.
Tudo começou quando em algum momento desse ano, nós decidimos falar sobre o hardcore atual no nosso país. Vimos uma predominância clara do homem em palco, o que nos incomodou. Mas agora, vamos falar desse e de outros estilos, tudo representado pelas figuras femininas que temos em frente a um público, seja no sudeste, nordeste ou qualquer região do Brasil.
Para reforçar o nosso incômodo, a Noisey americana, editora da Vice, criou um artigo falando “Sorry, Dudes. The Ladies Won Punk This Year.” (aqui), o que consequentemente nos fez firmar ainda mais a opinião sobre essa movimentação.
Então, chamamos Bruno Palma (Twinpine(s)) e Adriessa Souza (Anti-Corpos), duas figuras que estão tanto no rolê musical, como na pesquisa política. Ambos acreditam, da sua maneira, que a música tem como papel algo além da diversão. Que na onda de um “som” pode existir algo a mais a se falar além de sentimentos comuns como amor e relacionamentos.
Cada um separou 10 bandas para mostrar que agora que são elas. Aperte o play, leia, e entenda que o machismo aqui não tem vez.
Comma (por Adriessa Souza)
Com letras em inglês, a dupla que já tem 5 anos de estrada com um histórico de apresentações em variadas cidade do Brasil, tem uma sonoridade que nos lembra a cantora Fiona Apple. O violão elétrico de Mini Lamers junto de sua voz e de sua companheira Didi Cunha (bateria e voz) traz uma afinação própria desse formato de projeto.
Bloody Mary Una Chica Banda (por Adriessa Souza)
PARA TUDO! É uma das melhores coisas que ouvi em 2013. Mari Crestani, a Bloody Mary é uma mina incrível, talentosíssima e destrói tudo com sua MONOBANDA (é, ela toca guitarra, chimbal e canta.)
Marina Gasolina (por Eduardo Araújo)
A potência vocal de Marina já estava implícita no Bonde do Rolê e posteriormente no Madrid. Ela é uma das poucas cantoras brasileiras que conseguem trabalhar bem os graves e agudos que vão do folk ao garage rock. Suave sempre que pode, raivosa quando necessária, Marina conquista com suas referencias que vão da cena Psichobilly de Curitiba à turva imagem de Patti Smith. Commando, nome do seu novo disco quer dizer “sem roupas de baixo”, representando o poder feminino.
The Biggs (por Adriessa Souza)
Banda clássica de Sorocaba, que conta com Flavia Biggs (que é a organizadora, cabeça e coração do Girls Rock Camp Brasil), Mayra e Brown. Rock anos 90, shows empolgantes!
Badhoneys (por Bruno Palma)
Um dia o Twinpines, banda na qual eu toco, fez um show junto com o Bad Honeys, de Porto Alegre, aqui em São Paulo. Foi em 2010, se não me engano. Paguei um pau pra banda. Depois voltamos a tocar juntos, numa mini tour em Porto Alegre, em 2012. A Giana, guitarrista e vocalista, tem uma voz linda e dá uns gritos que me fazem arrepiar. Uma história curiosa sobre essa banda é que eu tinha um preconceito enorme com os pedais de chorus até ver como a Giana usava. Acabei não só vencendo esse preconceito, mas também comprando um pedal igual ao dela. Eles estão terminando um disco novo. Fiquem de olho porque o grunge ainda vive no Brasil.
Dimitri Pellz (por Eduardo Araújo)
Quatro caras e uma mulher pegando fogo em frente ao palco. Maíra Espíndola é uma performista invejável, sua postura em palco transcende a música e pula para o teatral interativo, obtendo respostas do público a todo instante. Do estado de Mato Grosso do Sul, Dimitri Pellz explora bem suas referências locais, mas sem ser regionalista.
Gloom (por Bruno Palma)
Banda goiana liderada pela Niela Moura, que tem uma voz linda e toca guitarra pra caralho. Acho que vi dois shows deles nuns festivais lá em Goiânia. Vou chutar, quase com certeza, que foram nas edições de 2008 do Bananada e do Vaca Amarela. Um pouco de mpb, um pouco de ska, naipe de metais e muito bom gosto.
Karina Buhr (por Bruno Palma)
Eu não tenho a menor ideia quem foi que me mostrou uma música da Karina pela primeira vez. Simpatizei bem de cara. As músicas são bem feitas, com construções interessantíssimas. Mas as letras e a voz dela são o melhor de tudo. Falam que os shows dela são sensacionais. Ainda preciso ver.
Santa Claus (por Adriessa Souza)
Atualmente uma dupla, Bruna e Claus botam qualquer um para dançar e ainda conseguem ser ativamente politica. Banda clássica dentro da cena dyke de SP.
As Mercenárias (por Bruno Palma)
Não tem como elas ficarem de fora numa coletânea com o tema mulheres. Clássico. Vi um show delas no Campari Rock de 2005. Pós-punk bem doido, meio new wave. Som sujo e ao mesmo tempo dançante, graças ao suingue do baixo da Sandra Coutinho.
Human Trash (por Adriessa Souza)
Sério, quando tiver oportunidade cole em um show do Human Trash, é sempre surpreendente!
Winteyard (por Adriessa Souza)
É uma banda formada pela Priscila, Brunella e o Faleco, Banda linda, com melodias bem construídas. Pra quem curte Cat Power, Warpaint e uma pela meio slow, Winteryard é a banda.