Três sílabas fortes: Bianca. Simples e direto. Impõem respeito, mostra uma grandeza por si só e é bonito, grandioso e popular. Com orgulho deste nome e carregando todos os seus significados, uma carioca abraça o sentimento puro e descarrega em canções confessionais com a maturidade de quem tem bem mais que os 18 anos que sua identidade acusa. Bianca é como a jovem homônima de A Megera Domada, romance de William Shakespeare: talentosa, simpática e promissora musicista que encantou como poucas vezes vimos acontecer.
A moça divide a música com a faculdade e a astrologia. Segundo a própria, se considera “extremamente reflexiva, crítica e intensa com quase tudo na vida. Penso demais, estou sempre em processo de questionamentos”. Com apenas 10 canções autorais e uma carreira que se conta em dias, planeja lançar um EP em breve e no momento aguarda a finalização de uma nova música, chamada ‘Delicate Situation”, ainda sem data de lançamento fixada.
Todo este rodeio amoroso se resume em apenas um clipe, de sentimento igual ao citado. Dirigido por Kayhan Lannes Ozmen (Tono, Fino Coletivo), o clipe de “Chained” exibe uma beleza simples, nostálgica e emocionante que, alinhado com a música sentimental de Bianca, casam-se perfeitamente como todos os finais felizes de Shakespeare. É, perfeitamente, a primeira flor que desabrocha para enfeitar esta primavera. A canção foi produzida por Pedro Guedes, Gustavo Krebs e Guto Guerra, da agência e selo Gomus, resultando em uma música que lembra diretamente uma Birdy autoral, mas com grandes toques de Bon Iver. É mágico e apaixonante, além de promissor e sentimental.
Conversamos com Bianca para entender seu trabalho, olhar seu futuro e descobrir um pouco mais de como surgiu esta música.
Começou a tocar quando e como?
Comecei a cantar desde criancinha, com uns 5 ou 6 anos. Comecei a tocar violão com uns 10 anos e bateria com uns 12! Eu aprendi algumas noções de piano com meu pai quando eu tinha uns 9 anos, mas investi mais em outros instrumentos como o violão e a bateria. Estou voltando a tocar piano agora. Sempre foi uma grande parte de mim e agora, finalmente, estou lançando oficialmente meu primeiro trabalho.
O que você escutava para apurar seu tino de compositora e o que você ouvia quando era pequena, que seus pais colocavam?
Quando criança eu amava musicais. Os clássicos: Grease, Noviça Rebelde e Duets. Era apaixonada por esses filmes. Na pré-adolescência eu passei pela fase que todo mundo passa: a fase das trevas! Aquela fase que você ouve música “teen” e se acha super maneira por isso. Avril Lavigne e Blink 182, e naquele momento, foram muito importantes como influências e para o meu amadurecimento artístico. Depois, comecei a ouvir Regina Spektor que é a minha maior inspiração, The XX, The Knife, Bon Iver e Kings of Leon. Acho que essas 5 bandas são as minhas favoritas.
Mas você não acha que para uma mocinha com 18 anos, não poderia estar escutando algo mais balada ou teen do que The Knife ou Bon Iver, por exemplo? Influencia da internet?
Ah, é claro que eu conheço músicas que são mais “teens” ou “comerciais”, mas eu acabo ouvindo músicas que encaixam com a minha personalidade. Eu sou bastante crítica comigo mesma e acabo sendo assim com as músicas que eu ouço.
O fato de ser nova pode influenciar no seu futuro ou na forma de cantar, de compor ou arranjar?
Acho que o que influencia a minha composição é o produto do momento que eu estou vivendo. Sendo eu “novinha” ou não, as composições, em geral, são bastante pessoais. Meu gosto e formato não estão definidos. Conforme eu vou vivendo, e as coisas na minha vida acontecem, as bandas que me influenciam mudam e minhas inspirações também!
Como nasceu “Chained”? Porque escolheram ela?
Eu escrevo minhas músicas com a minha amiga Marina Gonzales (que está tocando na minha banda de apoio). Normalmente, eu escrevo a letra e a melodia e ela entra com a parte harmônica. A letra é inspirada num relacionamento dela. Mostrei algumas composições nossas para Gomus e concordamos que “Chained” seria um bom single pra começarmos.
Porque em inglês?
Acho que por dois motivos: Eu fui alfabetizada em inglês. Estudei minha vida toda num colégio americano e também pelas bandas que eu ouço. Por enquanto, só compus em inglês. Composição é algo que flui e, até agora, o que tem vindo espontaneamente é isso. Mas é claro que não me fecho pra compor em português.
Talvez não seja mais difícil esse tipo de som no Brasil? Há um direcionamento focado para o mercado estrangeiro?
Pode ser, mas não dá pra forçar muito. Prefiro fazer algo que seja mais autêntico pra mim. Quanto mais gente ouvir e curtir, melhor, mas queria muito que as pessoas do meu país curtissem. É por aqui que eu quero começar, principalmente porque esse é o meu país.
A cena carioca está emergente, com varias citações à MPB, sintetizadores e avanços oitentistas. Você acha que se enquadra nela?
Eu acho que não, mas eu não descarto a possibilidade de trabalhar com essas influencias. Eu gosto bastante de sintetizadores. Ouço muito The Knife. Pra mim, eles são absurdos em termos de composição, produção musical. Eles têm o próprio selo e são os próprios produtores deles mesmos!
Há jovens no Brasil, como a Dom La Nena, que usa música mais clássica e emocional como a sua. Há outras musicistas desse estilo no Brasil que você gostaria de citar?
Eu costumo ouvir músicos brasileiros mais antigos como a Rita Lee, Barão Vermelho e Cazuza, mas é claro que tem muita coisa boa nascendo no Brasil ultimamente e eu espero que entrando nesse mercado eu entre mais em contato com essa cena nova brasileira. Seria ótimo trocar influencias com gente nova igual a mim e do meu país.
Onde baixo essa marailha de música *-* super talentosa, amei a voz angelical, quero comprar seu EP *_*
Carlos, curte a página da Bianca Official que você vai ficar por dentro de tudo. Em breve vai ter a música disponível na rede e novidades sobre o trabalho dela. 😉
ameiiii