Filateia RINP: Mono.Tune Records

Há um tempo que o RINP observa a profissionalização do mercado independente. Nesses seis anos de site tivemos a oportunidade de ver pessoas se reunindo e criando formatos para se impulsionarem  um mercado que cada vez vive mais de nicho.

Uma das figuras emblemáticas dessas reuniões da música é o selo. O “selo independente” tem a ideia de rotular algo e mostrar que aquilo tem a conexão com algum conceito criativo; essa é a primeira ideia quando falamos de pequenos grupos reunidos dentro do mercado fonográfico. Mas além dessa ligação, o que mais um selo faz? Ou como faz? Essas e outras dúvidas ainda são latentes em um mercado jovem, como o brasileiro.

Para entender não apenas o contexto, mas tentar assimilar o que acontece hoje no Brasil é que periodicamente o RINP trará uma entrevista e uma apresentação dos selos nacionais, mostrando quem são os figurantes por trás disso. Quem melhor pode se definir, do que os próprios?

Começaremos pelo selo Mono.Tune, que encabeçado por Filipe Consolini, lançou bandas como Antiprisma, Eduardo Barreto, Winteryard, Vitreaux e Filipe C.  Fizemos três perguntas que na verdade são cinco. Confira:

RINP: Você pensa em um conceito musical dentre as bandas que a Mono.Tune lança? Quais são elas?

Mono.Tune: Quando vou trabalhar com uma banda acabo tendendo sempre para alguns estilos de música, principalmente pelo fato de eu gravar a maioria dos trabalhos que lançamos. Sempre escolho bandas que fazem um tipo de som que posso colaborar na hora da produção do EP. Mas a intenção do selo não é se restringir à estilos. O único ponto que importa para a Mono.Tune, na verdade, é o tempo que a banda existe! Nosso foco é em bandas super novas.

 

Winteryard, um dos destaques do selo Mono.Tune

 

RINP: O que é ser um selo no Brasil hoje? O que na sua visão de produtor de um selo independente você e outros semelhantes podem fazer para aquecer o mercado?

Mono.Tune: Acho que ter um selo é tentar, junto com as bandas, fazer diversas cenas acontecerem. Levar bandas da capital para o interior, do interior para a capital, de um estado para o outro. Dar chance ao público de conhecer o que está sendo feito, tornando os trabalhos acessíveis para o maior número de pessoas. Fazer parcerias com outros selos, coletivos, sites, lojas, casas de show. Perceber que estamos todos interligados por uma rede e aprender a fazer uso dela. Ninguém cresce ou aquece qualquer mercado sozinho.

RINP:  Qual a linha que um produtor não deve ultrapassar na concepção de um disco/ep?

Mono.Tune: Não sei se é exatamente uma linha a não se cruzar, mas em todos os trabalhos que produzo evito sempre a presunção. Tentar “inventar a roda” demais, soar como algo que será grande um dia. Principalmente pelo o selo lançar bandas muito novas, o foco é extrair o melhor dos músicos e das canções do disco. Se a música for verdadeiramente boa, ela vai soar bem como uma demo ou como uma faixa masterizada. O segredo é trabalhar a fundo no que a banda já é.

Ouça os últimos lançamentos da Mono.Tune:

Eduardo Barreto – EP Fracasso Extraordinário (2015)

Winteryard – EP Endless Winter

FingerFingerrr – Buck You (Single)

 

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