Festival Vaca Amarela apresenta: Boogarins
Ontem postamos a primeira entrevista do especial “Festival Vaca Amarela apresenta” com a banda Shotgun Wives, que mostrou e falou sobre como é ser uma banda folk no coração do centro-oeste brasileiro. Agora, encostamos na pira dos caras do Boogarins, que contam sobre seu modo de pensar e a liberdade de fazer música.
O Shotgum Wives se apresenta hoje às 22h30, no Centro Cultural Martim Cererê, e a Boogarins amanhã (15) às 23h30, enquanto esperamos por esse show, os pessoal da banda trocou uma ideia com o RockInPress, confira:
Esse ano vocês tiveram um bom destaque na internet. Isso deu mais impulso para a circulação de vocês?
Com certeza. Há tempos que a internet é o melhor meio pra se divulgar uma banda. E esse ano muita coisa deu certo, começando pelo nosso contrato com a Other Music, que resultou num alcance internacionalmente bizarro da nossa música. E coisas como, por exemplo, o lançamento do clipe de Lucifernandis pelo Stereogum fez com que muitas pessoas nos mais diferentes países escutassem Boogarins.
Lemos alguns comentários sobre que a influência inicial de vocês seria o Tame Impala, mas acreditamos que seja muito mais profundo a psicodelia da banda, quais as melhores referências?
Há referências de bandas novas, velhotas, psicodélicas ou não, e de música brasileira. Hoje eu destacaria o disco “The Piper at the Gates of Dawn”, o primeiro do Pink Floyd (e o que o Syd Barrett significa pra música psicodélica) e o Clube da Esquina.
Toda a onda psicodélica dos anos 60 e 70 se basearam no uso de LSD, plantas como cogumelos e psicotrópicos. Vocês viajam nessa, também? Qual a relação de vocês com esses ativos?
Ah, não sei…estamos em 2013 né! É meio diferente agora. Essa banda não vive de nostalgia nem tenta levantar a bandeira de movimento nenhum. E é besteira a gente achar que experiências cósmicas íntimas extracorpóreas serão necessárias pra gente criar. Mesmo que seja música “psicodélica”. No mais, os “ativos” são variados e estão diluídos por aí, seja em drogas ou não, e a relação com eles nunca foi simples pra ninguém.
Assim como vocês, bandas como Black Drawing Chalks e Hellbenders estão circulando e se apresentando de maneira mais solta pelo Brasil. Vocês acham que a cena de goiania finalmente foi entendida? Ou ainda tem muito pra conhecer?
Entendida…nem sei se há algo pra ser entendido nisso. O que acontece é que daqui saem ótimas bandas, desde muito tempo, e isso vai continuar acontecendo. Já faz parte da cidade, o Brasil entendeu mas sempre há o que conhecer.
Todas as letras que eu vi de vocês tem uma intangibilidade, uma pitada de abstrato. Como funciona o processo de composição?
Acho que a melodia é o que existe de essencial numa canção. A partir daí, acredito que a letra tem que fazer jus à melodia. Se as letras são abstratas, é porque elas tentam falar de algo que não dá pra falar muito bem. Seria como se a proposta da letra fosse expressar o que a melodia já fala, de alguma experiência, inspiração, sei lá. Enfim, é uma doidera, um curto-circuito, pura abstração, bobagem…