Aproveitando a última noite do 53HC em Belo Horizonte, o Rock in Press levou um papo com os mineiros do Monograma. A banda foi formada em 2006 depois de um grupo de amigos descobrirem diversas afinidades musicais. A própria banda se descreve como amigos que resolveram tocar suas músicas favoritas juntos, até que descobriram o prazer em compor e não pararam mais. Confira a entrevista logo abaixo:
1 – De onde surgiu a idéia de batizar o projeto de “Monograma”?
Essa parte é bem engraçada. Nós nos chamávamos “di meméri lee”, e adorávamos o nome, que vem da música “acabou chorare” dos Novos Baianos. Acontece que ninguém conseguia dizer ou escrever isso. Decidimos, pelo bem da banda, mudar o nome. Queríamos “Monomotor”, mas já existia. Pensamos em “Monociclo” mas também já existia. Aí olhamos no dicionário e abaixo de “Monociclo” vinha “Monograma”. Pronto! O engraçado é que nós, na época, nem sabíamos bem o que isso significava! (risos)
2 – Da primeira vez que ensaiaram juntos para o dia de hoje, véspera da apresentação na décima edição do 53HC, o que mudou no conceito do Monograma?
Ultimamente, nas nossas reuniões, gostamos de enfatizar que a Banda Monograma não é mais uma “banda de garagem”. Isso para nós significa que hoje se tem constituída uma instituição chamada Monograma, inerente às vontades individuais de cada integrante. Então, o que mudou principalmente foi a forma com que nós encaramos o projeto: estamos mais responsáveis e profissionais hoje, mas sem perder o espírito de amizade e companheirismo de sempre. Acho que hoje em dia nós nos cobramos mais, e damos mais importância a parte “burocrática” do que no começo. O Macaco Bong lançou um cd que chama “Artista igual pedreiro”, e é isso mesmo que pensamos em relação à postura que as bandas devem ter. Temos a visão que todo o processo depende de nós, e isso vai muito além de se juntar e fazer música!
3 – Contem um pouco sobre o processo de gravação do EP.
O primeiro EP é sempre mais natural em nossa opinião. Algumas destas músicas foram compostas e arranjadas há muito tempo. E mais que isso, elas evoluíram junto com a banda. Então, o processo de composição e gravação destas músicas foram os mais tranqüilos e naturais pra gente. Gravamos no Estúdio Casulo com o Fred Chamone, que nos tratou como amigos e ouviu cada detalhe minucioso nosso, sem perder a paciência! Mas estamos ansiosos em gravar mais, pois além das 5 músicas do EP temos mais 6 músicas prontinhas! Quem for ao 53HC poderá conferir!
4 – Enquanto ouvia o disco, a faixa “Meias Trocadas” foi a que mais me chamou a atenção. Como nasceu a idéia da música? É uma autêntica canção de encerramento de shows, daquelas que o público todo canta junto. A música já nasceu com essa intenção ou foi por acaso?
Essa é outra história engraçada. Fomos pro estúdio gravar as cinco músicas do EP, e “Meias Trocadas” era nosso última opção de single, pensamos até em não gravá-la. Aí fizemos o coro no final, que foi uma idéia na ocorreu na hora, e juntamos no estúdio todo mundo que estava presente: amigos e namoradas! O resultado da gravação nos surpreendeu muito, e a recepção do público também! Desde então adoramos fechar os shows com ela, e o público faz o papel do coro. É sempre um momento muito bonito! Podemos dizer que hoje ela é uma de nossas músicas favoritas.
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5 – Recentemente vocês gravaram o clipe. O que acharam? Antes vocês mesmos haviam produzido um vídeo bem indie para “Monomotor”. A experiência anterior facilitou o processo de gravação no novo vídeo?
O grande barato de ser independente, é que depois do resultado de algum projeto ou trabalho, você olha pra trás e pode falar de peito aberto: Puta merda deu trabalho, mas eu tô muito feliz por ter ficado pronto.
Os clipes surgiram de uma forma inusitada para a banda, porém muito gratificante. Tanto no primeiro com a música “Monomotor”, quanto no segundo com “Meias Trocadas”, nós tivemos ajuda de amigos, ou melhor, nós é que ajudamos um pouco a eles. Foram pessoas que ouviram as músicas, e fizeram de imagens, o que a música os transmitiu. O nosso trabalho foi de acompanhá-los. Mas sem dúvida a experiência de estar atrás de uma câmera foi muito enriquecedora.
6 – Clube da Esquina, Lô Borges, Beatles e Los Hermanos são algumas das referências do Monograma. O que acham do peso de fazer rock leve com letras românticas depois que o Los Hermanos praticamente criou o estilo?
Sempre dizemos que Los Hermanos foi uma inspiração e um karma. Como você mesmo disse, eles praticamente criaram o estilo aqui no Brasil, porém todos que vieram depois deles foram tachados de cópia, plágio. O próprio Gram disse que não agüentava mais ser tachado de Los Hermanos de São Paulo. Pra nós, influência e cópia são duas coisas diferentes, e as pessoas não conseguiram desassociar esse estilo de rock com o som dos caras. Eles realmente nos influenciaram, e a muitas outras, mas isso não torna as bandas influenciadas por eles menos criativas. Imagine se todos os influenciados por Beatles fossem tachados de cópia ou coisa do tipo: não teria havido metade das bandas importantes do mundo! Atualmente, ouvimos outras coisas (Beatles, Kings of Leon, Foo Fighters) que também nos influenciam, mas o que mais queremos é que o som do “Monograma” se pareça com “Monograma”. Mas que LH era foda, isso era!
7 – Como está a expectativa para o show no 53HC? É um dos grandes momentos da história do Monograma?
A banda teve este ano, um crescimento exponencial que com certeza foi além das nossas expectativas. Estamos praticamente aí na reta final do ano e ter sido convidado para fazer parte do festival foi motivo de grande alegria e euforia nos nossos ensaios e reuniões. É a nossa primeira vez no lapa e sem dúvida será o grande momento da nossa história. A nossa principal expectativa é ter um retorno positivo do público, ganhar visibilidade e para isso estamos trabalhando como nunca antes.
8 – Quais os planos da banda para 2010?
Estamos atualmente trabalhando com EP “Conto do faz de conta”, e o planejado é continuar nesta linha até o meio do ano que vem, quando lançaremos o nosso primeiro CD, que inclui as músicas do EP e mais sete ou oito músicas. Então até lá, vamos dedicar mais tempo a ensaios e gravações, mas sem perder o ritmo de shows e participações dos eventos que possam surgir.
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Com as bandas: Monograma, Dead Lovers Twisted Heart Band, Moptop, The Long Tall Texans, Alex Valenzi e The Hideaway Cats, Móveis Coloniais de Acaju.
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