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Entrevista: Mamelungos

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Artistas como Mula Manca & A Fabulosa Figura, Chico Science e Nação Zumbi e Lenine poderiam ser a inspiração de qualquer banda. Mas por um acaso do destino estas e outras influências uniram Weré Lima (percussão, cavaco e voz), Luccas Maia (baixo e voz), Peu Lima (batera e voz), Igor Bruno (violão e voz) e Thiago Hoover (guitarra, programação e voz) a formarem a Mamelungos. Mas a banda não é só isso. Na verdade, fica difícil descrever em uma palavra ou em um só gênero musical o som que os meninos fazem. Para facilitar, basta apertar os plays abaixo e ler a entrevista que segue.

Tudo começou em 2009, quando a banda participou do projeto “Música na Beira do Rio”, no Recife. A partir daí, os Mamelungos começaram a se apresentar em outros palcos da cidade e um ano depois foram ao estúdio para gravar seu primeiro CD homônimo. Processo, inclusive, não convencional. Para conseguir trazer o máximo possível o som dos shows, eles decidiram gravar captando todos os instrumentos ao mesmo tempo e todas as dez músicas no mesmo dia. Ainda em 2009, a banda foi chamada pela rádio Oi FM para participar do Projeto Oi Novo Som.

A gente percebe muitas influências no som de vocês, desde o frevo até o samba passando pelo reggae. Como é que vocês definiriam o Mamelungos?
Peu Lima: Nosso som passa justamente pela influência de cada um. Acho que ele se caracteriza pela pluralidade, pela diversidade. E com tantas opções, é mais prazeroso trabalhar.

Como se deu a escolha do nome da banda?  
Weré Lima: Foi um processo muito difícil, mas a escolha se deu a partir da ideia de inventar um nome próprio exclusivo. Assim, após muitas buscas, escolhemos algumas palavras que traduziam um pouco da nossa cultura e musicalidade. Chegamos às palavras malungo, mamulengo (fantoche típico nordestino), mameluco. Todas têm um significado único, e foi assim que formamos o nome Mamelungos.

Que bandas vocês têm mais ouvido ultimamente?
Weré Lima: Ultimamente as musicas novas que mais nos chamam atenção são as de Caetano Veloso, Lula Queiroga, Lenine, Siba, Macelo Jeneci, Criolo, José González e outros.

Vocês começaram tocando no Capibar e, em pouco tempo, chegaram a um estúdio de gravação, de onde saiu o primeiro álbum. Como foi todo esse processo?
Weré Lima: Começamos fazendo nosso próprio evento (Musica na Beira do Rio) com o intuito de colocar a banda para tocar, pois na época a cena autoral do Recife era uma porta aberta apenas para grupos mais experientes e enfim, nós não podíamos depender do mercado para matar a sede de tocar. Com o tempo, vimos que estávamos agradando o público e lotando as casas de show com uma turma adolescente e jovens que estavam antenados na nova cultura musical pernambucana e dando o maior apoio. Através do boca a boca dessa galera começamos a tocar em alguns eventos culturais, como a Fliporto (Feira Literária de Pernambuco) e rolou uma grande aceitação das pessoas que ainda não conheciam a banda. Vimos assim a necessidade de registrar nossas músicas para divulgação e conseguir participar de outros eventos. Juntamos toda a grana dos eventos e encontramos no Estúdio Carranca (Recife), um parceiro para registrar nossas canções. A gente conseguiu desenvolver o conceito que queríamos, gravando todos os instrumentos juntos na mesma execução, como se tivéssemos tocando ao vivo. Assim, a gente gravou em apenas um dia as 10 músicas do nosso 1º álbum, Mamelungos.

Podemos prever um segundo álbum à vista?
Weré Lima: Estamos trabalhando para isso da mesma forma que fizemos no nosso primeiro. Produzindo as músicas em estúdio e experimentando-as em show. É como se a gente precisasse desse termômetro do público para firmar nossos passos. No momento, durante os shows, tocamos 4 músicas novas (Deixe de Gostar, Oração, Apnéia e Varanda) e apresentamos para o grande público com vídeos na web. Ainda em processo de criação e produção em estúdio, estamos trabalhando com as músicas Gira Só e Café.  Pelo visto, ainda esse ano teremos material suficiente para outro álbum. Mas estamos acreditando que ainda temos muito trabalho pela frente com o nosso primeiro trabalho.

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“Pedaço”

Pernambuco e o carnaval do Recife – por sinal, um dos melhores do mundo- estão muito presentes, mesmo de maneira implícita, na música de vocês. A recepção do público não pernambucano é muito diferente?
Weré Lima: Apesar de não ter saído ainda do Estado de Pernambuco, temos alguns seguidores nas redes sociais de outros estados e é muito positivo o que eles falam. Mas na verdade não sabemos ainda, vamos curtir essa experiência em março, quando chegarmos em São Paulo.

Como foi tocar na prévia carnavalesca do Guaiamum Treloso, junto a artistas como Nando Reis e Otto, e no Abril Pro Rock, no ano passado?
Luccas Maia : Pra nós foi um privilégio. Foi em fevereiro de 2011, tínhamos acabado de completar 2 anos de banda em novembro de 2010. Tocar com grandes nomes da música, que influenciam nossa música desde sempre, foi um presente. O Guaiamum é uma das maiores prévias, que frequentamos ao longo dos carnavais, no quintal da nossa casa, e de repente sermos convidados pra participar como atração foi um dos melhores resultados do nosso trabalho no ano de 2011.

Infelizmente, a grande maioria dos músicos que querem ter uma repercussão nacional maior acabam se mudando para o Rio ou São Paulo. Vocês sentem dificuldade por permanecer no Recife?
Weré Lima: Recife é um berço e é muito bom para nosso crescimento musical e profissional. Ter o apoio e o respeito das pessoas que moram aqui é muito importante. Mas como todo mundo sabe que o grande centro da produção fonográfica no Brasil se concentra nesses polos Rio e São Paulo, sentimos que agora estamos preparados para ganhar o mundo e mostrar nosso trabalho com propriedade.

Quais os planos futuros em questão de shows?
Luccas Maia: Tentamos sempre manter o nosso ritmo de shows, pra dar continuidade a nosso trabalho em estúdio, acrescentando músicas novas, estruturas novas, sempre buscando deixar o trabalho mais amarrado, mais profissional. Já estamos com passagem comprada pra SP em março desse ano e pretendemos começar a ampliar nosso circuito, levar nosso show pra o Brasil todo. A banda acredita que é preciso mostrar o trabalho para o máximo de pessoas possíveis, através dos nossos shows, da nossa música ao vivo, aos vivos.

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