SILVA divulgou seu segundo disco “Vista Pro Mar” na última segunda-feira (17), seguindo ainda o mesmo rumo de seu álbum estreante “Claridão” (2012). A proximidade na linha do tempo de ambos faz uma conexão, Lúcio Silva esteve compondo e pensando nesse novo trabalho durante toda a turnê do debut.
Ao contrário do que muitos pensam, “Vista Pro Mar” não teve origem em Portugal, foi em Los Angeles que ele surgiu. Em visita à sua irmã, Lúcio visualizou o mar e a piscina do prédio que estava, e então, teve a ideia em companhia de seu outro irmão, Lucas, que o acompanha nas composições e toda a carreira.
Nessa nova empreitada SILVA renovou. Largou um pouco os vícios da batida eletrônica e se deleitou em um processo mais minucioso, gravando instrumentos como piano, baixo, violino, guitarra e deixou sua voz mais natural, sem tantos efeitos. O disco também recebeu diversas participações, o que mostra uma abertura nesse processo de criação, ao contrário de “Claridão” que soava como um registro individualista, de quarto.
O teor das onze canções pode até parecer dançante, mas é leve e etéreo, como a imagem que SILVA transmite. Ele não parece ser um rapaz de noites rápidas e animadas, mas de momentos introspectivos, amigáveis e românticos.
Mas o que mudou do primeiro disco para cá? A percepção de Lúcio ficou clara que muitas canções de “Claridão” não funcionavam bem em palco, ou pelo menos não tão bem quando as escutava sozinho. Diante disso, abriu mão de algumas individualidades e amadureceu em outro registro que se parece bastante com o primeiro, mas com uma visão mais ampla, tornando-o mais significativo e emblemático.
Talvez assim como Cícero e outros nomes dessa geração, e, assim mesmo como sua própria geração, SILVA esteja percebendo que ficar apenas no seu quarto brincando com suas individualidades é um caminho limitado, e que nesse amadurecimento deve expandir seus horizontes muito além da fronteira do mar.
Nota: 8,5