Ecos Falsos Encerra Atividades
*Este será um post nada editorial e bastante pessoal.
E nos últimos dois anos lá se foram o Wry, Manacá, Monno, Superguidis e agora o Ecos Falsos. Lembro exatamente da primeira vez que os vi, quando saiu o clipe de “Réveillon”. Eu assistia meio assustado com aquele cara maluco sussurrando e depois gritando, enquanto coisas desapareciam no decorrer do vídeo. A simpatia só veio no incrível e histórico MTV Bandas Antes na Estrada, onde em poucos episódios eu virei fã da simpatia e alegria dos garotos.
Pessoalmente os conheci pela primeira vez num show na finada casa Cinemathèque, em Botafogo, onde comprei a última unidade conhecida na história do primeiro EP da banda, o simpático A Última Palavra em Fashion (aquele que continha a épica “Anna Júlia” dos Falsos, chamada de “Speed Porco”). O Gustavo (guitarrista) tinha uma coluna de um post só neste mesmo RockInPress que você está lendo e coincidência ou não, a foto que eu uso no meu msn atualmente sou eu tocando o Ukulele do Daniel Akashi. Eu estava assistindo o Jô quando o Guga falou sobre sua monografia baseada em rimas e o Ecos Falsos tocaram pela primeira vez o hit-pop-indie-underground “Spam do Amor”. Você lembra quando o Gustavo quase tomou um tiro em frente ao Ibirapuera?
É complicado, mas parece que o que pegou a banda foi exatamente as suas ousadas idéias que quase nunca eram finalizadas da maneira como planejada (quando finalizadas), o que causou um certo desinteresse da impressa, talvez até confusão, já que o último álbum (Quase) foi lançado em 2009, lançado de novo em 2010 com livro e o último clipe foi anunciado e lançado com mais de um ano de diferença, entrando até outro clipe na frente. O tempo também complicou, já que a banda também mantém trabalhos fixos, até porque viver do independente atualmente é para poucos, bem poucos.
No post de despedida, o Gustavo é incisivo: “não está mais tão legal pra nós” . Ainda haverá um show de despedida para únicos 99 incríveis sortudos, no dia 10 de setembro na Livraria Cultura do Market Place, em São Paulo. Grátis. Talvez um show de despedida maior. Talvez não. Ainda tem coisas a se desenterrar: “Até o último show, também, ainda pretendemos lançar algumas coisinhas, tipo clipes novos, uns DVDs, mp3 ao vivo, um projeto de crowdfunding… o baú é bem fundo”, completa Gustavo.
Lembro quando vi o Dorgas (que inclusive foi citado no post de despedida) subindo no palco para tocar com o EF com os olhinhos brilhando. Acho que foi assim que eu descobri que existia uma cena independente, exatamente com os Falsos, uns 8 anos atrás. Hoje enxugo meus olhos e consigo ver a importância que esses caras colocaram no independente brasileiro, ajudando a impor respeito e mostrar qualidade num cenário onde cada show é uma batalha impressionante. Se hoje bandas independentes aparecem nos mesmos programas onde bandas mainstream tocam, Guga, Dani, Davi, Vini, BB e lá trás, o Felipe, contruiram com suor e muito bom humor. Dia 13, dia do Rock e uma banda imortal do indie deixa sua marca para a posteridade.