Distinto Filhos lança webclipe de “Eu não sei”
A banda brasiliense Distinto Filhos nos enviou essa semana um novo single, recém lançado. Ao me deparar com o vídeo vi uma canção muito diferente do que o grupo do centro-oeste já havia apresentado no seu trabalho de 2011.
Em paralelo a isso, estava eu lendo o livro do Ricardo Alexandre “Dias de Luta” bem no momento que as bandas brasilienses aparecem. Achei mais do que coincidência e resolvi ligar os pontos, fazer algumas perguntas para a banda que desbrava o cerrado atualmente.
1) Como é ter uma banda autoral em uma cidade como Brasília?
O rock na cidade está minguando. O rock autoral, especificamente, tem poucos espaços de divulgação. Então, com isso a solução que temos encontrado é trabalhar com o público na internet e criar eventos, com alguma “aura”, para atrair o público, como o show que fizemos com uma orquestra em maio deste ano e o show que faremos com a Maglore no próximo sábado. Sentimos uma necessidade cada vez maior de profissionalização, de criar um produto diferente que chama a atenção do público e que tire este público da zona de conforto. Tentamos sempre criar situações diferentes, fazendo shows diferentes, distribuindo CDs Ao mesmo tempo que buscamos este reconhecimento local, nos dobramos justamente para ultrapassar as fronteiras de Brasília, acreditando que ter o trabalho valorizado fora da cidade, fará a Distintos Filhos reconhecida por aqui, como foram (e são) as gerações de Legião Urbana, Raimundos e Móveis Coloniais de Acaju.
2) Vocês tem alguma referência de bandas locais, como Legião Urbana e todos os expoentes brasilienses?
Nós escutamos essas bandas… Legião, Plebe, Paralamas, Capital e Raimundos… Desde de criança. Está no nosso DNA, não dá pra não ser influenciado. Claro que não são nossas maiores influências, mas estão aí, dentro do nosso som, em algum lugar. A gente se diferencia em relação aos temas: falamos do nosso cotidiano, que é bem diferente daquele vivido pelo Renato Russo e pelo Philippe Seabra nos anos 80. Mas sempre ficamos orgulhosos quando encontram algum “elo” entre o nosso som e o desses artistas.
3) Esse single soa mais romântico e menos rock do que o que a banda já apresentou. É uma nova fase?
Na verdade, esta música foi feita há quase 3 anos e, desde então, está engavetada. Gravamos tudo sozinhos, em nosso estúdio. Não sabíamos se ela entraria ou não no segundo disco. Agora, que estamos entrando na pré-produção deste segundo disco, percebemos que estamos tomando um rumo bem diferente. Então, pensamos em lançar “Eu não sei”, por influência de um amigo que curtiu a música e sugeriu que lançássemos ela como single. Mas, podemos dizer que esta música é muito mais para fechar este ciclo de divulgação do primeiro disco e do primeiro videoclipe, do que para indicar o rumo que iremos tomar. Nela, estamos dando um “até logo” para a Distintos Filhos de 2011 e começando a pensar no próximo disco, que vai ser bem diferente. 4) Próximas passos? Vamos para uma chácara, nos trancafiar, e só sairemos quando tivermos o novo disco pronto. A ideia é fazer um financiamento coletivo para viabilizar este segundo trabalho. Na verdade, já temos muitas músicas prontas, e algumas já são executadas ao vivo. Mas, antes de tudo, vamos fazer uma “festa de aniversário” de 10 anos, com a galera da Maglore, aqui em Taguatinga (DF), no próximo sábado.